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46% das pessoas LGBTQIA+ se consideram "um fracasso", mostra pesquisa

Expectativas da família e da sociedade podem ter impacto na forma como pessoas LGBTQIA+ se veem - iStock
Expectativas da família e da sociedade podem ter impacto na forma como pessoas LGBTQIA+ se veem - iStock

Redação Publicado em 22/06/2021, às 17h19

Mais de 40% da população LGBTQIA+ enfrenta uma crise de amor-próprio. É o que mostra uma pesquisa global realizada pela marca de cosméticos The Body Shop, e divulgada nesta terça-feira (22). 

A análise foi feita com mais de 22 mil pessoas, em 21 países. Os resultados revelaram uma crise generalizada pelo mundo, em que, de uma escala de 1 a 10 (em que 1 é aversão e 10 é amor-próprio), metade das pessoas assume estar abaixo de 5. Entre todos os participantes, 40% daqueles que se identificaram com LGBTQIA+ responderam que estão abaixo de 3 na escala. 

LGBTQIA+ e autoimagem

Alguns dados retirados da pesquisa mostram que o preconceito, ou as expectativas da família e da sociedade podem ter um impacto significativo na forma como essas pessoas se veem:

  • 46% dos LGBTQIA+ responderam que se consideram um fracasso, em comparação com 25% dos heterossexuais; 
  • 37% das pessoas bissexuais estão insatisfeitas consigo mesmas, em comparação com a média de 31% das pessoas LGBTQIA+, em geral, e apenas 19% das pessoas heterossexuais; 
  • Mais da metade das pessoas LGBTQIA+  considera, muitas vezes, que "não são boas para nada", em comparação com 33% das pessoas heterossexuais; 
  • Pessoas trans no mundo inteiro têm duas vezes mais probabilidade de acreditar que a beleza só é alcançada em pessoas de uma certa forma ou tamanho, quando comparadas a pessoas cis; 
  • Gerações mais novas estão mais preocupadas com a diversidade em campanhas publicitárias que envolvem beleza do que gerações mais velhas. 

Confira:

Papel da família

O estudo também mostra que, enquanto a família é uma fonte de autoconfiança para 37% dos heterossexuais, para integrantes da comunidade LGBTQIA+ a situação é diferente: só 25% dos gays e bissexuais os veem assim. Além disso, essas pessoas têm mais chances, em comparação com as heterossexuais, de ter a sua confiança abalada pela forma como parecem. 

Como afirmam os especialistas envolvidos na pesquisa, as dificuldades enfrentadas por pessoas bissexuais ou trans são ainda maiores, já que elas ainda precisam explicar a sua identidade para as pessoas ao redor. 

A marca lançou o movimento "Manifeste o seu autoamor", com o apoio da atriz e ativista inglesa Jameela Jamil e, aqui no Brasil, com a cantora Majur, a escritora Ryane Leão, a influenciadora Barbarhat Sueyassu e o ativista Nick Thomás.

Esse não é o primeiro, e também não será o último estudo, a mostrar como pessoas LGBTQIA+ sofrem mais simplesmente por saírem do padrão que a sociedade espera. Combater o preconceito é fundamental para que isso mude, e é algo que depende de todos.

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