No Dia Mundial do Rim, saiba como se proteger de lesões nesse órgão vital
Tatiana Pronin Publicado em 14/03/2024, às 14h00
Cerca de 10% da população brasileira tem algum tipo de doença nos rins, órgãos vitais para filtrar o sangue e envolvidos em funções como o controle da pressão arterial, entre outras. A Doença Renal Crônica (DRC) é o nome que se dá a algum tipo de lesão nos rins que dura três meses ou mais.
Você pode ser capaz de estabilizar ou até mesmo reverter algumas das lesões nos rins, quando ela ainda está na fase da inflamação, mas muitas pessoas não têm sintomas nesse ponto, além de não saber fazer as mudanças necessárias. Saiba que seu estilo de vida pode evitar problemas nesses órgãos e manter seus rins saudáveis. Veja algumas dicas importantes:
Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia, a doença renal crônica (DRC) já pode ser considerada epidêmica, uma vez que afeta um a cada dez adultos, e a incidência vem aumentando. Existem dois exames principais para detectar a condição: um teste de urina que procura albumina, um tipo de proteína. Se o seu teste for positivo, é um sinal de que seus rins não estão filtrando bem o sangue. Além disso, há um exame de sangue para estimar sua taxa de filtração glomerular (TFG). Este teste procura a creatinina, um produto residual que pode se acumular no sangue quando seus rins estão danificados. A recomendação é realizar, uma vez por ano, exames laboratoriais para avaliar a saúde dos rins: dosagem de creatinina no sangue e análise de urina.
Diabetes e pressão alta são as duas causas mais comuns de doença renal crônica. Quando você tem muita glicose (açúcar) no sangue, isso danifica os vasos sanguíneos em várias regiões, incluindo os rins. As boas notícias? Diabetes tipo de 2 é uma condição com fatores de risco que são modificáveis. Um pequeno estudo no periódico Lancet descobriu que pessoas com diabetes tipo 2 que passaram por um programa intensivo de controle de peso não só conseguiram reverter o diabetes, mas cerca de um terço delas ainda estavam em remissão dois anos depois. O objetivo é obter seus níveis de A1C (um marcador de diabetes tipo 2) abaixo de 6,5% por mais de três meses.
O mesmo é verdade para a pressão alta, que também danifica os vasos sanguíneos nos rins para que eles não funcionem tão bem. Se a sua for alta (acima de 120/80), tente controlá-la com mudanças no estilo de vida: certifique-se de estar com um peso saudável, faça exercícios, siga uma dieta saudável para o coração e com baixo teor de sódio, como a dieta mediterrânea, e não fume. Caso você tenha que tomar medicamentos para controlar a pressão, faça consultas regulares e continue mantendo um estilo de vida saudável.
Se você está em risco de doença renal ou tem a doença em estágio inicial, é importante evitar tomar grandes quantidades de analgésicos de venda livre, como paracetamol, anti-inflamatórios não esteroidais ou aspirina. Todos esses medicamentos podem danificar o tecido renal e reduzir o fluxo sanguíneo. Especialmente se você for idoso.
Se você precisar tomá-los para tratar dores, a recomendação é que você siga as instruções tanto de seu médico quanto da dosagem no rótulo, e tome a menor dose possível pelo menor período de tempo. Você também deve se manter hidratado e evitar álcool enquanto os toma. Se você já foi diagnosticado com doença renal, sempre verifique com seu médico antes de tomar um analgésico de venda livre. Isso também é verdade se você tiver pressão alta ou doença cardíaca.
Fumar não só aumenta o risco de doenças cardíacas e pulmonares, como também afeta seus rins. Estudos mostraram que parar de fumar pode retardar o declínio da doença renal. Um estudo de 2018 publicado no Clinical Journal of the American Society of Nephrology descobriu que tanto ex-fumantes quanto atuais, por exemplo, eram significativamente mais propensos a ver a progressão de sua doença renal crônica.
Fumar aumenta o risco de desenvolver doenças cardíacas, o que, por sua vez, leva à diminuição do fluxo sanguíneo para os rins. Também estreita os vasos sanguíneos, incluindo os do rim, e engrossa e endurece as artérias renais. Outro pequeno estudo publicado em 2017 no American Journal of Nephrology descobriu que as pessoas que pararam de fumar tinham metade da probabilidade de sofrer declínio da doença do que aquelas que continuaram o hábito por um período de cinco anos.
Em geral, a dieta mediterrânea é saudável para o coração e a mais indicada para a prevenção de doenças em geral. Um estudo de 2014 no Clinical Journal of the American Society of Nephrology descobriu que esse tipo de padrão alimentar reduz o risco de desenvolver doença renal crônica em cerca de 50%. Todos os pacientes com DRC – mesmo nos estágios iniciais – precisam observar a ingestão de sal, pois mesmo pequenos danos aos rins podem afetar a forma como filtra o sódio. Siga a recomendação médica e consuma menos de 2.300 miligramas por dia.
Além dos cuidados acima, a SBN indica os seguintes cuidados para manter os rins saudáveis:
-Praticar exercícios físicos regulares;
-Evitar o excesso de carne vermelha e gorduras;
-Controlar o peso corporal;
-Controlar o colesterol
-Não abusar de bebida alcoólica;
-Ter cuidado com quadros de desidratação.
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