Redação Publicado em 18/10/2021, às 11h00
Muitas pessoas que desenvolvem diabetes tipo 2 não têm ideia de que estão doentes até que um exame de sangue mostre níveis anormais de açúcar no sangue ou até que a doença progrida e complicações sérias comecem a ocorrer. Isso porque, na maior parte das vezes, o diabetes é silencioso e insidioso, e as pessoas não apresentam sintomas no início.
Em alguns casos, porém, existem sinais sorrateiros. Alguns dos primeiros sintomas do diabetes são bem conhecidos: sede constante, micção excessiva ou ganho ou perda repentina de peso, por exemplo. Outros, como os abaixo, são mais facilmente esquecidos – tanto por médicos quanto por pacientes. Se você estiver enfrentando algum deles, certifique-se de relatá-los ao seu médico.
A periodontite – também conhecida como doença gengival – pode ser um sinal precoce de diabetes tipo 2, de acordo com uma nova pesquisa publicada na revista BMJ Open Diabetes Research & Care. O estudo descobriu que pessoas com doenças gengivais, especialmente aquelas com casos graves, tinham taxas mais altas de diabetes (tanto diagnosticadas quanto não diagnosticadas) e pré-diabetes, do que aquelas sem.
A conexão entre doenças gengivais e diabetes não é nova, e parece ir nos dois sentidos: ter uma das condições parece aumentar o risco de desenvolver a outra. A inflamação causada por doenças gengivais ocorre sob os mesmos fatores que são responsáveis pelo alto nível de açúcar no sangue que causa diabetes.
Muito antes de você realmente ter diabetes, você pode notar o surgimento de manchas escuras na nuca. Isso é chamado de acantose nigricante e geralmente é um sinal de resistência à insulina – uma perda de sensibilidade ao hormônio que o corpo usa para regular a glicose –, que pode levar ao diabetes completo.
Em casos raros, a acantose nigricante também pode ser causada por cistos ovarianos, distúrbios hormonais ou da tireoide, ou câncer. Certos medicamentos e suplementos, incluindo pílulas anticoncepcionais e corticosteroides, também podem ser responsáveis.
Cerca de 10% a 20% das pessoas que são diagnosticadas com diabetes já apresentam algum dano nervoso relacionado à doença. Nos estágios iniciais, isso pode ser quase imperceptível. Você pode sentir um formigamento elétrico estranho nos pés, ou ter diminuição da sensibilidade ou do equilíbrio.
Claro, essas sensações estranhas podem ser causadas por algo tão simples como usar saltos altos ou ficar parado por muito tempo no mesmo lugar. Mas também podem ser causadas por outras doenças graves, como esclerose múltipla, por isso é importante mencioná-las ao seu médico.
Um dos sintomas mais comum do diabetes é a visão turva. O excesso de glicose no sangue causa um inchaço do cristalino (lente do olho), o que faz mudar a sua forma e flexibilidade, diminuindo a capacidade de foco. Por isso, a visão embaçada. Quando o diabetes está controlado, a visão volta ao normal*. Da mesma forma, o açúcar elevado no sangue também pode afetar as células nervosas do ouvido e prejudicar a audição. Segundo especialistas, isso é algo sobre o qual poucas pessoas falam, mas audiologistas experientes sabem procurar a conexão.
Em uma revisão científica, apresentada no ano passado na reunião anual da Associação Europeia para o Estudo de Doenças, as pessoas que cochilaram durante o dia por mais de uma hora tinham 45% mais probabilidade de ter diabetes tipo 2, em comparação com aquelas que cochilaram menos ou não cochilaram.
Não é provável que cochilar durante o dia realmente cause diabetes, dizem os autores do estudo. Porém, acrescentam que pode ser um sinal de alerta de um problema subjacente, como privação de sono, depressão ou apneia do sono – todas as condições associadas a um risco aumentado de diabetes.
Fonte: Real Simple
*Sociedade Brasileira de Diabetes
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