Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h37 - Atualizado às 23h55
Mais de 60% dos homens gays e bissexuais diagnosticados com HIV declaram marcam encontros por aplicativos para celular. É o que mostra um estudo realizado pelo departamento de saúde do Estado norte-americano de Rhode Island, em parceria com a Universidade de Brown.
O levantamento se concentrou nos residentes do Estado, durante um ano todo (2013). Nesse período, foram registrados 74 novos casos de infecção por HIV. Três a cada cinco desses casos referiam-se a gays e bissexuais que fazem sexo com outros homens. Entre eles, 22 afirmaram aos pesquisadores que acreditavam ter se infectado por parceiros que conheceram on-line. As ferramentas mais citadas foram Grindr, Manhunt, Scruff, Adam4Adam e Craiglist.
Os autores alertam para a importância de aplicativos e sites de encontros começarem a incluir alertas sobre Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs). A epidemia de HIV tem se concentrado de forma desproporcional em homens que fazem sexo com outros homens, e alguns estudos já apontaram os serviços como principal culpado desses números.
Os pesquisadores concordam que a internet não pode ser a única culpada pelo comportamento de risco, e que os serviços que facilitam encontros também estimulam relacionamentos saudáveis e de longo prazo. Alguns dos sites foram, inclusive, elogiados por eles por terem incluído o status de HIV no perfil.
Como fazem parte da cultura de jovens gays e bissexuais, essas tecnologias podem ser uma forma valiosa de comunicação com esse público. Só que as agências de saúde em geral não têm dinheiro para pagar pelos anúncios, então essa iniciativa teria que partir dos próprios provedores dos serviços.