Pesquisa com mulheres que usam a internet revela que essa proporção aumentou
Redação Publicado em 12/01/2022, às 15h30
Falta de acesso a informações, métodos contraceptivos e planejamento familiar. A combinação de todos esses fatores pode levar muitas mulheres a um único desfecho: a gravidez não planejada.
Uma nova pesquisa realizada pela Bayer, em parceria com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), revelou que o índice de brasileiras que são surpreendidas por uma gestação permanece alto e alarmante: 62% das internautas ouvidasque já tinham engravidado relataram ter tido ao menos uma gravidez não planejada.
Em comparação a estudos anteriores, houve um crescimento da taxa que, antes, era de 55%, sendo que ambas aparecem acima da média mundial (40%). Os resultados revelaram ainda que 48% das brasileiras que tiveram alguma gravidez não planejada engravidaram pela primeira vez entre os 19 e 25 anos de idade.
Segundo os pesquisadores, é importante ressaltar que uma gravidez não planejada não é necessariamente sinônimo de uma criança não desejada. Mas é preciso garantir que as mulheres sejam capazes de ter o poder de decisão de quando e com quem querem ter seus filhos. Afinal, a maternidade tem impacto em diversas esferas da vida, tanto na pessoal, como profissional e financeira.
O estudo ouviu mil mulheres de todas as regiões do país, pertencentes às classes A, B e C que já tenham engravidado. As entrevistas foram feitas por meio de uma plataforma on-line entre agosto e setembro de 2021.
Os principais motivos que, de acordo com as entrevistadas, levaram a uma gravidez não planejada foram o não uso do método contraceptivo (34%), a falha do método (27%) e a utilização inadequada (20%).
Embora 54% das mulheres tenham contado que não usavam métodos contraceptivos quando engravidaram sem planejar, 65% das que tiveram alguma gestação não planejada concordaram que se tivessem um conhecimento maior sobre os contraceptivos na época, poderiam ter evitado a gestação.
Confira:
Além disso, os pesquisadores explicam que, mesmo que entre os métodos contraceptivos mais usados estejam a camisinha e a pílula, nenhum desses tem índices de falha tão elevados que justificariam as altas taxas de gestações não planejadas.
Por essa e outras razões, acreditam os autores, que os dados são reflexos do desconhecimento. A pílula anticoncepcional, por exemplo, deve ser tomada diariamente e sempre no mesmo horário, caso contrário pode ter sua eficácia reduzida.
Os resultados também demonstraram que 53% das entrevistadas aprenderam sobre contracepção com um profissional de saúde e 27% na escola. O levantamento contou ainda que, entre as mulheres que usam contraceptivos, 23% fazem a utilização por conta própria, 6% por indicação de um familiar, 2% por amigos e 2% por orientação da internet.
Vale lembrar que a escolha do método contraceptivo deve ser realizada no consultório do ginecologista, já que é necessário avaliar qual o mais adequado dependendo do quadro de saúde da mulher e o planejamento familiar de cada paciente.
Cada vez mais é possível observar mulheres optando pelos chamados métodos contraceptivos de longa duração, como os Dispositivos Intra-uterinos (DIU). Mesmo não sendo os mais utilizados ainda, 94% das entrevistadas no estudo concordam que essa é uma opção que traz mais liberdade e autonomia.
Os pesquisadores explicam que os métodos de longa duração oferecem maior independência às mulheres por não dependerem da lembrança de utilizá-los todos os dias. Eles têm uma eficácia comprovada de 99,2% a 99,9% (dependendo do método) e sua duração varia de três a dez anos.
Além disso, é importante lembrar que os métodos de longa duração podem ser uma alternativa tanto para as mulheres mais velhas como para as mais jovens. Atualmente, alguns métodos, como DIU hormonal e de cobre, já são amplamente cobertos pelos planos de saúde e disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS).
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