Mas quase 90% dizem não se sentir à vontade para compartilhar informações desse tipo nas redes sociais
Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h28 - Atualizado às 23h56
O relatório, divulgado por pesquisadores da Universidade Northwestern, ainda traz outros dados importantes: quase um terço dos jovens entrevistados afirma que as informações encontradas na web levaram a mudanças de comportamento, tais como redução no consumo de refrigerantes e prática de exercícios para aliviar a depressão. Um em cada cinco adolescentes relata já ter baixado aplicativos voltados para a saúde no celular.
Segundo a principal autora do estudo, Ellen Wartella, os resultados indicam que nem tudo o que os filhos obtêm da internet é negativo. A verdade é que muitos jovens também usam a rede para cuidar da própria saúde ou ajudar algum amigo. Mas o relatório também mostra o quanto é importante que haja informação correta e apropriada à disposição para esse público.
Apesar de recorrer à web, a maioria dos jovens diz que a maior parte das informações sobre saúde obtidas por eles (55%) vem do pai ou da mãe. Em segundo lugar (32%) aparece a escola e, em terceiro (29%), prestadores de serviços médicos. A internet aparece apenas em quarto (25%), e alguns entrevistados comentaram que a fonte era buscada principalmente quando o assunto causava desconforto ao ser tratado com os pais.
Quase um terço visita sites médicos, mas também há fontes menos óbvias, como YouTube, Yahoo, Facebook e Twitter. As razões citadas por eles para a pesquisa dos temas foram: tarefas escolares (53%), cuidar melhor de si mesmo (45%), verificar sintomas ou diagnóstico (33%) e encontrar informações para a família ou amigos (27%).
Mais de dois terços dos jovens se dizem preocupados com a possibilidade de certos sites venderem ou divulgarem informações sobre o que eles fazem on-line. Curiosamente, apenas 8% dos entrevistados usam sites voltados para a faixa etária.
A busca por informações “negativas”, segundo a pesquisa, foi relativamente pouco frequente. Mas 27% já se depararam com dados como brincadeiras para fazer com álcool (27%), como adquirir cigarros (25%), como se tornar anoréxica ou bulímica (17%) e como obter ou fabricar drogas ilegais (14%).
A pesquisa “Adolescentes, Saúde e Tecnologia” contou com 1.156 adolescentes americanos entre 13 e 18 anos de idade.