Ablação por radiofrequência pode ser opção para tratar dor nas costas

A ablação por radiofrequência usa ondas de energia térmica para aquecer e destruir uma pequena área de tecido nervoso

Redação Publicado em 16/12/2022, às 12h00

O tratamento permite ao paciente realizar atividades que anteriormente considerava dolorosas - iStock

A ablação por radiofrequência (ARF) é um tratamento minimamente invasivo mais conhecido por ser usado para curar arritmias cardíacas, mas que às vezes pode aliviar a dor crônica nas costas. Trata-se de um procedimento relativamente novo e os pesquisadores ainda não sabem completamente seus resultados a longo prazo. No entanto, a maioria das pessoas que se submeteu ao tratamento relatou alívio significativo da dor.

A ablação por radiofrequência usa ondas de energia térmica para aquecer e destruir uma pequena área de tecido nervoso. Isso significa que o nervo não pode enviar sinais de dor para o cérebro, resultando em redução ou eliminação dessa dor. O procedimento envolve guiar uma pequena agulha ou sonda na pele em direção à fonte da dor. Uma vez posicionada, a sonda fornece energia de radiofrequência ao local de tratamento. A energia térmica que isso cria destrói o tecido e os médicos a usam para atingir as células nervosas responsáveis por transmitir ou modular a sensação de dor.

ARF é um procedimento minimamente invasivo que não requer anestesia geral. As pessoas podem passar por esse tratamento como um procedimento ambulatorial para que possam ir para casa no mesmo dia.

Como a ablação por radiofrequência ajuda a eliminar dores nas costas?

Ablação por radiofrequência é um tratamento comum para dor lombar com vários benefícios, podendo:

A ablação por radiofrequência não requer anestesia geral, mas uma pessoa pode receber medicação para ajudá-la a relaxar. O procedimento é o seguinte:

A equipe cirúrgica limpará a pele ao redor do local de inserção e usará um anestésico local para sedar a área. Então será inserida uma agulha ou tubo, conhecido como cânula, na área afetada, e passam a agulha para a posição correta sob orientação de raios-X (fluoroscopia). Uma vez posicionada, a agulha emite uma corrente de radiofrequência que aquece a área afetada e destrói as células nervosas responsáveis pela transmissão dos sinais de dor ao cérebro. O procedimento leva de uma a duas horas e, ao seu final, o paciente pode ficar no hospital para observação antes de ir para casa.

Recuperação rápida

É comum sentir algum desconforto ou dor após o procedimento, mas isso geralmente desaparece nos próximos dias. Uma pessoa pode precisar descansar e evitar atividades que possam causar dor até que isso melhore. Ela pode tomar analgésicos de venda livre, se necessário, com a aprovação do médico. A maioria das pessoas pode retornar às suas atividades típicas rapidamente, mas deve consultar seu médico antes de retomar atividades extenuantes ou exercícios.

Taxas de sucesso 

A dor lombar se origina em vários lugares. A taxa de sucesso da ablação por radiofrequência pode depender da causa subjacente da dor, da precisão do diagnóstico, das variações na anatomia do nervo, da técnica usada pelo cirurgião e de outros fatores. Dito isto, os estudos tendem a mostrar resultados favoráveis. Por exemplo, um pequeno estudo de 2020 analisou 30 pessoas com dor nas costas devido a problemas com os discos entre os ossos da coluna. Os pesquisadores descobriram que:

Da mesma forma, parece que a ablação por radiofrequência é valiosa para o tratamento da dor nas articulações sacroilíacas - articulações em forma de C ou L que conectam o sacro na base da coluna aos ossos ilíacos na pelve -, proporcionando alívio da dor em cerca de 75% das pessoas em um estudo mais antigo de 2016.

No entanto, ambos os estudos eram pequenos. Ensaios maiores são necessários para determinar a eficácia da ablação por radiofrequência para diferentes tipos de dor nas costas. Também é importante observar que os nervos que o tratamento destrói acabarão por se regenerar. Às vezes, isso significa que a dor pode voltar, mas nem sempre isso ocorre.

Riscos e efeitos colaterais 

Os médicos consideram a ablação por radiofrequência um procedimento de baixo risco. Podem ocorrer complicações, mas são incomuns. A maioria das complicações são menores e de curto prazo, como inchaço, hematomas e dor no local de inserção. Outros efeitos colaterais que requerem tratamento adicional incluem: sangramento, infecção, danos nos nervos devido à colocação da agulha e queimaduras. O problema maior da ablação por radiofrequência é que se trata de um procedimento de alto custo.

Fonte: Medical News Today

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