Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h48 - Atualizado às 23h53
Um grande estudo divulgado nesta quarta-feira (9) mostra que o consumo de álcool aumentou bastante nos Estados Unidos, especialmente entre mulheres, negros e indivíduos mais velhos. De acordo com os resultados, 72,7% da população bebe atualmente, contra 65,4% registrados no início do milênio. E a parcela de indivíduos que preenchem todos os critérios diagnósticos para abuso ou dependência de álcool subiu de 8,5% para 13%.
O levantamento foi realizado pelo Instituto Nacional de Abuso de Álcool e Alcoolismo, e publicado no Journal of the American Medical Association Psychiatry. Segundo os autores mencionaram na imprensa local, os números mostram que o problema é mais grave do que as polêmicas que envolvem opioides e maconha, em destaque na mídia.
Os pesquisadores analisaram os hábitos de consumo de 40 mil pessoas com mais de 18 anos. Eles englobam um período de 11 anos. As entrevistas foram presenciais, por isso os autores avisam que os resultados podem ser subestimados, já que nem todo mundo é sincero ao dizer o quanto bebe numa pesquisa.
De modo geral, o consumo abusivo de álcool aumentou 50%, de 17,9 milhões em 2001-2002 para 29,9 milhões em 2012-2013. Considerando-se apenas as mulheres, a elevação foi de 83,7%. Entre adultos com 45 e 64 anos de idade, foi de 81,5% e 106,7%, respectivamente. Entre afro-americanos, de 92,8%. E entre pessoas que ganham menos de 20 mil dólares por ano, de 65,9%.
Os autores perceberam que a recessão de 2008 foi o fator que mais contribuiu para o crescimento das taxas de abuso, na maioria dos grupos. A mensagem deve ser levada em consideração pelas autoridades de saúde no Brasil. É provável que a crise atual, no país, também deixe marcas parecidas.