Redação Publicado em 24/05/2021, às 17h45
Adolescentes que usam a internet, as redes sociais ou o videogame como forma de entretenimento por mais de uma hora todos os dias durante a semana têm tendência de apresentar notas significativamente mais baixas, é o que diz uma nova pesquisa da Universidade Rutgers (Estados Unidos).
Segundo os autores, os achados – publicados na revista Computers in Human Behavior – dão aos pais e filhos um limite moderado para o uso de tecnologia relacionada à recreação: não mais do que uma hora por dia nos dias de aula e quatro horas durante os fins de semana.
Os pesquisadores explicam que, apesar de a internet ser amplamente utilizada para promover o acesso à educação das crianças – especialmente em tempos de pandemia de Covid-19 e ensino à distância – existe uma preocupação crescente com o uso excessivo dessa tecnologia, principalmente quando relacionado ao entretenimento.
Nessas situações, pode ocorrer um impacto negativo no desenvolvimento educacional dos jovens, facilitando hábitos de estudo indesejáveis e diminuindo o tempo gasto em atividades de aprendizagem.
Para analisar esse comportamento, os pesquisadores utilizaram dados da China Education Panel Survey, uma pesquisa nacional sobre necessidades educacionais e resultados de crianças na China. Aproximadamente 10.000 alunos do primeiro ano do ensino médio – com média de 13,5 anos – foram acompanhados.
Os resultados mostraram que os jovens que usavam a internet, mídias sociais ou videogames para o entretenimento por quatro ou mais horas diárias tinham quatro vezes mais chances de faltar à escola quando comparados aqueles que não utilizavam.
A pesquisa revelou ainda que os meninos usavam a tecnologia como forma de recreação significativamente mais do que as meninas, assim como apresentaram um pior desempenho e engajamento escolar mais baixo.
De acordo com os pesquisadores, as descobertas são críticas, especialmente com o recente movimento em direção à aprendizagem on-line. Para eles, em um ambiente escolar que integra a internet, é muito fácil para os jovens se moverem entre plataformas educacionais e de entretenimento durante o momento de apredizado.
Os autores do estudo afirmam também que os entrevistados que utilizavam a tecnlogia com moderação experimentaram menos tédio na escola, provavelmente devido aos efeitos positivos da participação nas redes sociais e videogames como o vínculo entre colegas. Além disso, o uso da internet interativa para o entretenimento com moderação parece promover o desenvolvimento cognitivo das crianças.
Os achados sugerem que os pais coloquem limites de tempo no uso interativo de tecnologia de seus filhos e que tanto eles como os professores ajudem esses jovens a desenvolver habilidades eficazes de gerenciamento de tempo e autorregulação para reduzir a dependência da tecnologia.