Pesquisa revela que, mesmo sabendo dos riscos, pessoas com doenças cardiovasculares continuam fumando
Redação Publicado em 09/06/2021, às 18h00
Muitos adultos com histórico de doenças cardiovasculares continuam fumando cigarros e/ou outros produtos do tabaco mesmo sabendo que aumentam o risco de outro evento cardíaco. Esse é o principal achado de uma nova pesquisa publicada no Journal of the American Heart Association.
Para entender quantos cardíacos continuam a fazer uso do tabaco, os pesquisadores revisaram as respostas do estudo nacional de Avaliação Populacional do Tabaco e da Saúde (PATH) com objetivo de comparar as taxas de tabagismo ao longo do tempo nos Estados Unidos.
Participaram da pesquisa 2.615 pessoas maiores de 18 anos com histórico de ataque cardíaco, insuficiência cardíaca, derrame e outras doenças cardiovasculares. Todos completaram quatro questionários no decorrer de cinco anos.
O primeiro levantamento foi feito entre 2013 e 2014 e o último de 2016 a 2018. Quando o estudo começou, quase metade das participantes eram mulheres (48,5%), 77% eram adultos brancos, 10,5% eram negros, 8% eram hispânicos e o restante foi classificado como multiracial.
De 2013 a 2014, quase um terço dos entrevistados (28,9%) revelou fazer uso do tabaco - aproximadamente seis milhões de adultos adeptos ao tabagismo apesar do histórico de doenças cardiovasculares.
Entre os produtos de tabaco utilizados pelos participantes do estudo estão: cigarros (82,8%), charuto (23,7%) e cigarros eletrônicos (23,3%), sendo que muitos deles utilizaram mais de um tipo.
Confira:
Na pesquisa final, de quatro a cinco anos depois da primeira etapa, menos de um quarto dos fumantes com algum histórico cardíaco tinha parado de consumir tabaco. A participação em um programa formal para interrupção do tabagismo diminuiu de 10% dos entrevistados durante a segunda fase da pesquisa para, aproximadamente, 2% ao término da análise.
Segundo os pesquisadores, foi surpreendente e preocupante que apenas uma parcela tão pequena de usuários de cigarros com doenças cardiovasculares fizessem parte de um grupo de apoio para parar de fumar. Afinal, os benefícios sobre a interrupção do uso do tabaco após um diagnóstico de um quadro cardíaco é muito bem documentado e, mesmo assim, poucas pessoas haviam parado de fumar ao longo dos cinco anos de estudo.
A pesquisa revelou outros achados notáveis como:
Além disso, o estudo também trouxe dados sobre como a tendência do consumo de tabaco varia de acordo com o sexo, idade, raça/etnia e outras características socioeconômicas. Por exemplo: a utilização de qualquer produto esteve associada aos mais jovens; os homens eram mais propensos a fumar do que as mulheres e os níveis mais baixos de renda familiar foram relacionados a maiores probabilidades de tabagismo.
Vale lembrar que, nos Estados Unidos, a doença cardíaca é a principal causa de morte – resultando em mais de 365.000 mortes em 2018 – sendo que, um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares, incluindo eventos cardíacos e derrame, é o tabagismo.
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