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Álcool em gel queima? Conselho esclarece dúvidas sobre o produto

O álcool em gel ajuda na prevenção da Covid-19, mas exige alguns cuidados - iStock
O álcool em gel ajuda na prevenção da Covid-19, mas exige alguns cuidados - iStock

Redação Publicado em 15/01/2021, às 18h05

Álcool gel se transformou num artigo importante nesta pandemia. Lavar as mãos com água e sabão várias vezes ao dia é fundamental para evitar o risco de se infectar com o vírus da Covid-19, e o produto pode ser utilizado quando não há um banheiro por perto. 

Desde março deste ano, muita gente vem recebendo informações sobre o álcool em gel pelas redes sociais, e algumas delas são assustadoras. Mas será que dá para confiar em tudo o que é dito por aí? Para facilitar nossa vida, o Conselho Federal de Química (CFQ) publicou um texto com "verdades e mentiras" sobre o produto. Veja só:

Se o álcool em gel estiver "melequento" a eficácia diminui

MENTIRA - o que vai definir se o álcool em gel é mais ou menos pegajoso é a composição química da fórmula, que pode sofrer algumas alterações a depender dos compostos usados. De qualquer forma, é essencial comprar o produto em locais credenciados, e observar se o rótulo inclui todas as informações de procedência, conforme explica Rafael Almada, do Conselho Regional de Química 3 (RJ).

Qualquer álcool é eficaz contra o coronavírus

MENTIRA - o álcool 70% é o mais recomendado. Em soluções de graduação alcoólica muito superiores, a eficácia é menor, pois a evaporação é mais rápida, o que diminui o tempo de contato do álcool com o vírus.

Não devo higienizar meu celular com álcool em gel

VERDADE - o mais recomendado para equipamentos eletrônicos é o álcool isopropílico. Por possuir um carbono a mais que o etanol na cadeia carbônica, essa composição dificulta a oxidação das peças.

O álcool em gel queima sem que possamos enxergar

VERDADE - o álcool em gel é inflamável, porém a sua chama é invisível. Por isso é preciso tomar muito cuidado ao se utilizar o produto perto de alguma fonte de calor, como o fogão. Além disso, é melhor não deixá-lo ao alcance das crianças.

É possível produzir álcool em gel em casa

MENTIRA - apesar de existir receitas caseiras circulando na internet, o Conselho Federal de Química não recomenda essa prática, tanto pelos riscos associados, quanto por ir contra a legislação brasileira.

Se não tiver álcool em gel, posso usar etanol de combustível ou de bebidas alcóolicas

MENTIRA - apesar do combustível e das bebidas alcoólicas possuírem álcool etílico em suas composições, cada produto apresenta graduação alcoólica própria e é pensado para uma finalidade específica e suas formulações contém outras substâncias.

Água sanitária pura não funciona contra o coronavírus

VERDADE - a substância que melhor age como germicida não é o hipoclorito de sódio, mas sim o ácido hipocloroso. A água sanitária pura apresenta um pH alto e, por isso, contém apenas hipoclorito. É preciso baixar o pH, o que é feito com a adição de água, que tem pH levemente ácido.

É recomendável pulverizar ou borrifar soluções de hipoclorito de sódio sobre pessoas, em áreas públicas de grande circulação

MENTIRA - o hipoclorito de sódio é corrosivo e pode causar irritação na pele e nos olhos. O CFQ não recomenda que soluções sejam pulverizadas sobre pessoas, pelo menos até que sejam apresentadas pesquisas científicas que comprovem eficácia.

Não se deve usar água sanitária para desinfetar as mãos

MENTIRA - a água sanitária pode ser usada para higiene das mãos quando não houver água e sabonete ou álcool, desde que esteja diluída, na concentração de 0,05% - 1 litro de água para 25 ml de água sanitária.

Misturar água sanitária com outros produtos de limpeza, ou com vinagre, pode gerar até explosão

VERDADE - a mistura pode gerar substâncias perigosas e que liberem vapores tóxicos, já que muitos produtos contêm substâncias como hipoclorito de sódio, amônia e até mesmo nitrogênio.