Três quartos deles ainda acham que obesos não têm força de vontade, apesar da divulgação de que há fatores genéticos envolvidos
Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h43 - Atualizado às 23h54
Apesar de tantos estudos e notícias chamarem atenção para o papel da genética na obesidade, três quartos da população ainda acreditam que o problema tem a ver é com preguiça e falta de força de vontade. É o que mostra uma pesquisa feita com 1.500 adultos norte-americanos.
O levantamento foi realizado por um instituto de pesquisas independente sediado na Universidade de Chicago, e foi noticiado pelo jornal The New York Times.
O ponto positivo, segundo os pesquisadores, é que a população já assimilou que a obesidade é a maior ameaça à saúde no país atualmente. Uma ameaça maior até que o câncer.
Mas, apesar de especialistas divulgarem com frequência que o problema é uma combinação de fatores genéticos e ambientais, as pessoas ainda têm dificuldade de assimilar a realidade, o que só incentiva o estigma de que obesos são preguiçosos.
Infelizmente, o remédio contra a obesidade é bem mais complexo que a dupla exercícios e dieta. Uma centena de genes predispõem certas pessoas ao acúmulo de gordura em ambientes onde a comida calórica é a mais barata e as porções são abundantes. Apesar disso, 60% acreditam que malhar e comer pouco é o tratamento mais eficaz para casos de obesidade extrema, mais até que a cirurgia bariátrica.
De acordo com a pesquisa, 94% dos participantes obesos que tentaram perder peso com dieta ou exercícios não tiveram sucesso. Um quarto deles entrou num programa de emagrecimento de cinco a nove vezes, e 15%, mais de 20 vezes. Não dá para dizer que essas pessoas não têm força de vontade.