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Anitta fala sobre bissexualidade e relacionamento com mulheres

Anitta é a capa da revista Gay Times - Reprodução / Instagram
Anitta é a capa da revista Gay Times - Reprodução / Instagram

Redação Publicado em 28/05/2021, às 15h28

Anitta é assumidamente bissexual e, na edição de junho, para comemorar o mês do Orgulho LGBTQIA+, a artista estampa a capa da revista britânica Gay Times. Por lá, ela fala sobre sua sexualidade e invisibilização.

"Quando se trata de bissexualidade, é meio complicado porque antes de tudo, eu nunca namorei uma mulher. Eu tive relacionamentos com garotas, mas foi muito casual. Nunca namoramos e não foi uma situação de longo prazo", conta ela. "Então as pessoas às vezes dizem: ‘oh, então você não é realmente bissexual, você só sai com caras.’ Eu não acho que isso signifique que não sou. Imagine se eu dissesse que sou heterossexual e depois alguém me pegasse beijando uma garota ou ficando com uma garota, eles diriam ‘oh meu Deus, você é tão mentirosa!".

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A artista ainda fala sobre o preconceito que a bissexualidade pode sofrer: "pessoas preconceituosas estão sempre apontando e falando sobre quem nós somos. Por causa desse preconceito, algumas pessoas não têm coragem de falar abertamente sobre quem são. Temem o julgamento, têm medo do que vão dizer. Quando vemos outras pessoas aparecendo e falando ‘sim, essa sou eu’, isso ajuda quem ainda precisa de um pouco de coragem. É bom. Sentem que estão sendo representados e têm mais pessoas com eles. Acho que é muito importante"

Mas como se caracteriza a bissexualidade? 

Pessoas bissexuais são emocional, romântica ou sexualmente atraídas por pessoas de mais de um gênero. Isso não significa, porém, que essa atração é feita de forma igual, "50/50", e muito menos que as pessoas já nasçam sabendo sua sexualidade.

E o que é bifobia?

Pode ser considerado bifobia qualquer tipo de comportamento baseado em medo, ódio ou aversão irracional em relação a pessoas bissexuais. Logo, quando Anitta comenta sobre a invisibilização que sua sexualidade sofre, isso pode ser considerado um comportamento bifóbico.

“Estereótipos negativos sobre pessoas bissexuais incluem mitos de que estariam ‘querendo chamar a atenção’ ou ‘apenas experimentando’ e de que seriam ‘imorais’ ou ‘instáveis’”, complementa a ONU.

Dessa forma, assim como a homofobia, a bifobia também causa danos físicos e psicológicos. Um estudo realizado em 2015, no Reino Unido, mostrou que mulheres bissexuais relataram mais problemas de saúde mental ou sofrimento psicológico do que lésbicas. Isso porque as mulheres bissexuais têm maior probabilidade de sofrer estresse social devido à 'dupla discriminação' da homofobia e da bifobia.

Já em 2020, um estudo publicado pelo "Journal of Affective Disorders" mostrou que pessoas bi têm uma maior incidência de depressão e ansiedade, transtornos que eram menos frequentes quando elas ainda não haviam se assumido para a sociedade.

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