Redação Publicado em 06/04/2021, às 18h00
Um novo estudo conduzido pela Universidade do Colorado Anschutz (Estados Unidos), e publicado no The Journal of Psychosomatic Obstetrics & Gynecology, analisou o predomínio da ansiedade entre os pais durante o chamado período perinatal, que inclui a gravidez até o primeiro ano pós-parto.
As descobertas sugerem que a taxa de homens com ansiedade durante a transição para a paternidade é significativamente maior do que os índices de prevalência regionais relatados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
De acordo com os pesquisadores, tornar-se pai é um grande evento na vida de um homem que, por muitas vezes, vem acompanhado de novos desafios relacionados a preocupações financeiras, com o relacionamento e o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal. Apesar das mudanças acontecerem com as mulheres também, pouco se sabe sobre a prevalência da ansiedade entre os novos pais.
Para alcançar os resultados, a equipe revisou diversos estudos publicados entre 1995 e 2020, representando mais de 40 mil participantes. Os achados mostraram que a estimativa geral de ansiedade entre homens durante o período perinatal foi de quase 11%, com taxas mais baixas durante a gravidez (9,9%) e mais elevadas ao longo do primeiro ano pós-parto (11,7%).
As porcertagens são significativamente maiores do que as prevalências regionais globais reveladas pela OMS, nas quais a ansiedade entre os homens variam de 2,2 a 3,8%, sugerindo que a transição para a paternidade pode aumentar o risco de ansiedade nos indivíduos do sexo masculino.
No caso das mães, os pesquisadores encontraram uma estimativa de 17,6% de mulheres que experimentam a ansiedade durante o período perinatal. Esses dados também são relativamente superiores aos divulgados pela OMS sobre a ansiedade entre mulheres, mas estão alinhados com as estimativas de ansiedade materna de outras análises.
Para os pesquisadores, a prevalência da ansiedade e depressão entre os homens ainda é um tema muito pouco debatido pela sociedade, mesmo que pesquisas mostrem que indivíduos do sexo masculino são mais propensos a cometerem suicídio ou abusar do álcool em comparação às mulheres.
Dessa maneira, é importante trazer à tona e criar mais transparência em torno dos problemas de saúde mental dos homens, criando a consciência necessária para que a questão seja identificada o mais rápido possível e realizado o tratamento precoce para a ansiedade paterna.
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