Ansiedade pré-vestibular não é frescura: veja seis dicas para aliviar os sintomas
Jairo Bouer Publicado em 29/12/2020, às 14h28
Estresse pré-vestibular não é frescura (atenção, pais!), ainda mais num ano atípico como este, em que a pandemia mudou a rotina de todo mundo e a interação com os professores foi prejudicada. Ser aprovado numa faculdade, ou num curso técnico, é como um ritual de passagem para muitos estudantes, que simboliza a entrada para o mundo adulto.
Ainda que a família não cobre o vestibulando, é natural que o próprio jovem fique ansioso antes de fazer uma prova que pode ser decisiva para o seu futuro. São meses de estudos com foco nesta fase, e não passar pelo processo seletivo significa enfrentar tudo de novo no ano que vem. Difiícil não ficar estressado...
Prevalência de ansiedade
Alguns trabalhos dão uma ideia do peso do vestibular para a saúde emocional dos adolescentes. Um deles, realizado com 1.046 candidatos de Porto Alegre (RS), há alguns anos, mostrou que mais da metade dos jovens, ou 56,3% da amostra, tinham sintomas de ansiedade por causa das provas.
Do total, 23,5% dos vestibulandos apresentaram ansiedade moderada ou grave, sendo que as garotas apresentaram níveis mais elevados que os garotos. As escalas utilizadas pelos psiquiatras para medir a condição envolve uma série de sintomas. Mas, segundo os resultados publicados na Revista de Psiquiatria Clínica, as principais queixas relatadas pelos candidatos foram:
Aqui vão algumas dicas para quem está com os sintomas acima, ou, ainda, tem tido insônia, irritação e angústia por causa das provas:
Relativize: em primeiro lugar, lembre-se que nada na vida é definitivo. Não passar nesta ou naquela prova não significa que você não será capaz de entrar num curso superior no futuro, nem que você não será bem-sucedido profissionalmente.
Respire: parece papo de autoajuda, mas exercícios respiratórios têm benefícios comprovados para crises de ansiedade e tensão. A dica é você inspirar profundamente, até sentir o abdômen se expandir, esperar alguns instantes e depois soltar o ar aos poucos, pela boca. A dica vale, inclusive, se bater o famoso "branco" na hora da prova.
Movimente-se: a atividade física é um remédio natural contra a ansiedade, já que faz o corpo liberar hormônios que geram bem-estar e melhora a oxigenação do cérebro. Segundo estudos, malhar até ajuda a afastar aqueles pensamentos negativos que rondam a nossa cabeça quando estamos nervosos. Escolha o que você mais gosta de fazer, e saiba que até subir escadas ou fazer uma caminhada rápida podem fazer diferença.
Durma sem culpa: uma boa noite de sono é fundamental para a consolidação da memória, e também contribui para o alívio da ansiedade (ainda que você sonhe com a prova). Para ter um descanso de qualidade, desligue os eletrônicos no mínimo 1 hora antes da hora de dormir, tome um banho morno, mantenha o quarto escuro e arejado, e deixe o celular desligado e fora do alcance. Ah, e nem pense em estudar até altas horas antes do dia da prova!
Converse: desabafar e trocar ideias com pessoas que estejam ou já estiveram na mesma situação que você é muito importante. Isso ajuda a colocar as coisas em perspectiva, e ver que você não está sozinho gera uma situação de conforto. Não tente evitar o assunto: pelo contrário, aproveite o papo para tirar alguma dúvida ou discutir algum tema da atualidade.
Dialogue com suas emoções: se conversar com os colegas é positivo, comparações não ajudam em nada. Vários estudos têm mostrado que o perfeccionismo dos jovens aumentou nos últimos anos, e as redes sociais são apontadas como prováveis vilões da história. Elas fazem a gente se comparar o tempo todo, de forma automática, mas é preciso ter consciência desse processo e desfazer a armadilha. Toda vez que bater uma sensação de que o outro está numa situação melhor que você, dialogue consigo mesmo. Lembre-se que todo mundo tem talentos e dificuldades.
Um pouco de estresse pode até servir de estímulo para focar nos estudos. Mas, em alguns casos, a tensão é tanta que a pessoa fica paralisada. Se você, ou até alguém que convive com você, achar que os sintomas estão muito intensos, não deixe de buscar ajuda de um profissional de saúde mental. Boa sorte!
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