Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h20 - Atualizado às 23h57
Jovens gays e bissexuais que são apoiados pelos pais e se sentem à vontade para falar sobre sua orientação sexual em casa são menos propensos a se envolver em comportamentos sexuais de risco, mostra um estudo da Universidade Rutgers, em New Jersey, nos Estados Unidos.
Segundo o trabalho, publicado no Journal of Marital & Family Therapy, relações familiares positivas levam ao aumento da prática de sexo seguro entre os jovens. Para chegar à conclusão, pesquisadores gravaram entrevistas com 38 jovens gays e bissexuais do sexo masculino, entre 14 e 21 anos, e pelo menos um de seus pais ou cuidadores.
Os jovens que relataram ter bom diálogo com os pais sobre sexo afirmaram que as discussões sobre HIV e uso do preservativo em casa fizeram diferença na vida deles. Já nas famílias que não conversavam sobre o tema, metade dos garotos havia se envolvido em relações desprotegidas no ano anterior à entrevista. Desses, praticamente todos tinham sofrido algum conflito grave em casa, como morte de um dos pais, abuso de drogas, problemas de saúde ou rejeição por causa da orientação sexual assumida.
Segundo os pesquisadores, vários dos jovens que contaram ter sofrido rejeição por parte do pai ou da mãe ao “sair do armário” adquiriram o vírus HIV em relações desprotegidas.
Um obstáculo bastante mencionado pelas famílias foi a dificuldade de falar sobre HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis devido ao desconforto de ambas as partes. Quase todas as famílias também mencionaram que a escola deveria dar mais informações sobre comportamentos de risco entre gays e bissexuais.
Praticamente todos os pais entrevistados disseram não ter certeza de estar fazendo um bom trabalho e queriam ajuda para falar sobre esse assunto difícil com os filhos. Mas os resultados mostram que, mesmo sem saber direito como iniciar a discussão sobre sexo em casa, o importante é tentar.