Redação Publicado em 15/06/2021, às 17h36
Quase um quarto dos norte-americanos que tiveram Covid-19 procuraram tratamento médico, cerca de um mês depois, para lidar com problemas de saúde que eles não tinham antes da infecção pelo Sars-Cov-2. Essa é a conclusão de um estudo apresentado nesta terça-feira (15) que contou com quase 2 milhões de pacientes.
A pesquisa, feita pela organização Fair Health e divulgada no The New York Times, contou com indivíduos de todas as idades – inclusive crianças –, diagnosticadas com o coronavírus entre fevereiro e dezembro de 2020. Elas foram acompanhadas até fevereiro deste ano.
Do total de pacientes registrados, mais da metade não apresentou qualquer sintoma de Covid ao ser diagnosticada, e apenas 5% foram hospitalizados por causa da doença. Isso indica que as consequências podem aparecer até mesmo depois de infecções leves.
Os principais problemas de saúde detectados foram dores, dificuldades respiratórias, colesterol alto, fadiga e hipertensão. Uma parcela menor apresentou outras condições, como problemas intestinais, enxaqueca, problemas de pele, anormalidades cardíacas, distúrbios de sono e transtornos mentais, como ansiedade e depressão.
O sintoma mais comum entre os pacientes foi a dor, tanto nos nervos quanto musculares, relatada por mais de 5% da amostra, ou quase 100 mil pessoas. Quase 3% apresentaram mal-estar e fadiga, o que também inclui dificuldades de concentração e exaustão após atividades físicas ou mentais.
O fato de 3% dos pacientes pós-Covid terem sido diagnosticados com hipertensão também é preocupante, já que alterações metabólicas não têm sido associadas à infecção pelo coronavírus. Os dados sugerem que a Covid pode afetar quase todos os sistemas de órgãos, e que algumas dessas novas condições vão acompanhar essas pessoas para sempre.
Uma limitação importante da pesquisa é que não houve comparação com outro grupo de pacientes não diagnosticados com Covid. No entanto, um outro estudo recente que fez essa análise concluiu que, em comparação com quem não teve a doença, pacientes pós-Covid apresentaram risco 60% maior de morte e 20% maior de precisar de cuidados médicos de um a seis meses depois da infecção.
Nem toda pessoa que teve a doença vai ter sintomas persistentes, também chamados de "síndrome pós-Covid-19". Mas estudos têm mostrado que a de um terço a dois terços dos pacientes apresentam ao menos um dos sintomas abaixo nos três meses após o início da infecção:
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