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Ariadna Arantes conta qual é seu maior medo em relação à transfobia

Ariadna Arantes chegou a participar do No Limite ainda esse ano - Reprodução / Instagram (@danillogram)
Ariadna Arantes chegou a participar do No Limite ainda esse ano - Reprodução / Instagram (@danillogram)

Redação Publicado em 25/06/2021, às 10h42

Ariadna Arantes ficou conhecida por ter entrado no BBB11 e ter sido a primeira participante transgênero do reality. Agora, em 2021, ela retornou às telas e também fez parte de No Limite, mas logo foi eliminada.

Em entrevista à Vogue, ela falou mais sobre suas lutas no meio LGBTQIA+ e seus medos. Segundo Ariadna, nem mesmo a fama a isenta de sofrer transfobia: "O fato de ser famosa não facilita em nada [o meu caminho]. Diariamente, também acabo vivenciando tudo o que todos da minha classe vivem. Ser famosa, de uma certa forma, chama atenção para o meu universo, mas uma andorinha só não faz verão".

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Ari também falou sobre os cuidados que toma: "Ainda enfrento discriminação e preconceito, às vezes até da própria classe [das mulheres], que classifica e rotula a mulher trans como inferiores. O próprio termo 'mulher trans' já é um rótulo. Meu medo é o de todas: conseguir sobreviver no país que mais nos odeia, que mais nos mata. Tenho que ter sempre muita atenção em tudo, não posso deslizar em nada, e isso é desconfortável e me deixa muito insegura, porque todo mundo erra, mas se nós erramos o peso disso triplica".

Jovens trans sofrem mais perseguições

Assim como Ariadna falou, pessoas transgêneras costumam sofrer mais discriminação. Um estudo feito com 4.464 adolescentes em Illinois, nos EUA, mostrou que jovens com identidades de gênero diversas podem ser vítimas até três vezes mais de bullying e vitimização do que seus colegas que se identificam como homens ou mulheres.

"Jovens transgênero relataram as taxas mais altas de todas as formas de bullying, que eram o dobro ou quase o triplo dos homens e até 2,6 vezes maiores do que as mulheres", disse a professora de assistência social Rachel Garthe, da Universidade de Illinois Urbana-Champaign, quem liderou a pesquisa. 

A professora acrescentou que um pouco mais da metade dos jovens transexuais relatou abuso verbal, como colegas os xingando ou espalhando boatos sobre eles. Além disso, cerca de um em cada três desses jovens relatou cyberbullying e uma porcentagem menor também falou sobre violência psicológica no namoro, como um parceiro romântico ofendendo ou tentando controlá-los.

Jovens com gênero não definido, ou seja, que não se identificam como homens, mulheres, nem como transgênero, experimentaram taxas desproporcionalmente mais altas de todas as formas de bullying e violência no namoro.

Entre esses alunos, 41% sofreram abuso verbal, quase 32% foram vítimas de cyberbullying e 19% sofreram violência física, de acordo com o estudo.

Garthe disse que as descobertas, publicadas na revista Pediatrics, são muito preocupantes e ressaltam a necessidade de políticas e práticas de apoio para alunos com identidades de gênero diversas, que podem precisar de ajuda para lidar com a violência física e psicológica de colegas e parceiros românticos.

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