Redação Publicado em 22/05/2024, às 10h00
No mês de maio é lembrado o Dia Mundial da Asma, doença crônica não transmissível muito comum que afeta mais de 260 milhões de pessoas e é responsável por mais de 450 mil mortes anuais em todo o mundo, segundo a Iniciativa Global para Asma (Global Initiative for Asthma – GINA). No Brasil, ela atinge cerca de 10% da população e ainda é causa de morte.
De acordo com levantamento da epharma, o número de beneficiários, entre 26 e 35 anos, que consomem medicamentos contra asma aumentou 21,8% no primeiro trimestre deste ano, comparado ao mesmo período do ano passado, na plataforma da empresa. Esta faixa etária apresentou o maior crescimento entre todos os consumidores desta categoria de medicamento nos três primeiros meses de 2024.
No primeiro trimestre deste ano houve aumento também do volume de vendas registrado de medicamentos para tratamento de asma. A quantidade vendida foi 9,8% superior em comparação com o mesmo período de 2023. Os princípios ativos mais comercializados foram salbutamol, beclometasona e montelucaste.
Para o Cejam - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”, o aumento do consumo de medicamentos contra asma entre adultos pode estar associado a uma combinação de fatores, incluindo predisposição genética, exposição prolongada a alérgenos ambientais, mudanças climáticas bruscas, infecções respiratórias, estresse e poluição. O tratamento adequado da doença e o estilo de vida mais saudável são fundamentais para aumentar a qualidade de vida do paciente com asma.
Embora não tenha cura, a asma pode ser controlada com o tratamento adequado, ou seja, com o uso de medicamentos prescritos por médicos especialistas e o seguimento do tratamento composto por corticosteroides inalados para controle da inflamação brônquica, redução de sintomas e das crises. É importante frisar que essas medicações não devem ser abandonadas, tampouco retiradas do tratamento do paciente com asma sem a devida supervisão médica. A falta de controle da doença pode resultar em crises graves e levar até a morte.
O tipo de asma mais comum é a alérgica, que pode ser desencadeada por inalação de alérgenos, como poeira, ácaros, mofo e agentes irritantes como fumaça, produtos de limpeza, perfume. Há também a asma com manifestação tardia, com predisposição genética associada com fatores ambientais e biológicos, e a asma associada à obesidade. As principais causas são as infecções respiratórias virais, mudança de tempo, estresse e poluição ambiental. Os sintomas em decorrência da inflamação dos brônquios são falta de ar; chiado no peito; tosse; sensação de cansaço; dor no peito (manifestação clínica normalmente acentuada após esforço físico e até mesmo ao falar e rir).
Um dos maiores problemas da asma é que ela é uma doença subdiagnosticada e pouco controlada, isso porque a maioria das pessoas com a condição não utilizam medicações adequadas para o controle, mas apenas para alívio dos sintomas. Chiado de peito, falta de ar, dor torácica e acordar a noite com desconforto respiratório são sinais que a doença está fora de controle. A asma é mais comum entre os adolescentes, com uma taxa de 20%. Os sintomas podem piorar à noite, no inverno ou com exercícios.
De acordo com dados fornecidos pelo Ministério da Saúde e pela Sociedade Brasileira de Pneumologia, nos últimos anos, houve um aumento de 4,2% nos atendimentos de pessoas com sinais de asma, enquanto 51,3% dos pacientes enfrentam a doença não controlada, quando os sintomas são frequentes durante o dia e noite, há limitação das atividades diárias e é necessário o uso de medicamentos de resgate.
Embora tenha sido observado um aumento nas vendas de medicamentos para asma, houve uma queda na média de dias de tratamento por usuário, considerando o primeiro trimestre dos anos de 2021 (77 dias) e 2022 (78 dias), respectivamente, comparados com o mesmo período de 2023 (59 dias) e 2024 (57 dias). Lembando novamente que interromper o tratamento da asma pode ter sérias consequências para a saúde do paciente. É fundamental manter cuidado contínuo para garantir um controle da doença.
O artigo Extreme Weather Events and Asthma, publicado em 2023 por pesquisadores da Divisão de Alergia e Imunologia do Centro Médico da Universidade de Nebraska, nos Estados Unidos, discute os impactos potenciais das mudanças climáticas e eventos extremos na saúde respiratória, especialmente em indivíduos com asma, e aborda diversos estudos e metanálises que demonstram os impactos de fatores como calor extremo, frio extremo, tempestades e incêndios florestais nas exacerbações da asma e na saúde respiratória.
O aumento da umidade decorrente de tempestades e inundações, por exemplo, contribui para um ambiente mais úmido, propício ao desenvolvimento de fungos e ácaros, alérgenos reconhecidos por agravar os sintomas de asma. Assim, podemos esperar que os casos da doença se agravem no Rio Grande do Sul. Temperaturas extremamente baixas ou altas também são um fator de risco conhecido para morte precoce, e há cada vez mais evidências de que também pode influenciar na exacerbação da asma. Além disso, estudos observam que os eventos climáticos extremos afetam de forma desproporcional as populações desfavorecidas e de menor poder econômico.
O artigo oferece uma exploração abrangente e detalhada dos possíveis impactos de eventos climáticos extremos na asma e na saúde respiratória, enfatizando a necessidade de melhoras da conscientização e na implementação de estratégias para proteger as populações vulneráveis dos efeitos dos eventos extremos associados às mudanças climáticas.
Programas de subsídio de medicamentos têm contribuído para a ampliação do acesso a tratamentos eficazes que garantem mais bem-estar aos pacientes. Nos três primeiros meses do ano, a plataforma epharma registrou um crescimento de 18,1% da economia gerada de comercialização dos produtos para asma, em comparação com o mesmo período de 2023.
-Deixar o ambiente do convívio diário, principalmente o quarto, limpo e arejado;
-A limpeza deve ser diária com aspirador e pano úmido, sem produtos com cheiro forte;
-Não usar vassouras, pois espalham a poeira fina, que ficará em suspensão e voltará a se depositar;
-Retirar tapetes, carpetes, cortinas, almofadas, estantes com livros, enfim, tudo que facilite o acúmulo de pó;
-Encapar colchões e travesseiros com tecido específico, para criar uma barreira física contra o ácaro;
-Evitar animais dentro do quarto.
Fontes: Cejam / epharma / Medscape / Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo