Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h25 - Atualizado às 23h56
Muito tem se falado no bullying, mas muita gente se esquece de um tipo de humilhação parecida que muitos adultos sofrem no ambiente de trabalho: o assédio moral. A diferença é que, neste caso, a situação mais comum é o autor ser alguém em posição hierárquica privilegiada.
Segundo um estudo realizado na Universidade de East Anglia, no Reino Unido, quem é atacado fica tão mal que deixa as portas abertas para novos abusos. Em outras palavras, o trabalho, coordenado pela pesquisadora Ana Sanz Vergel, mostra que a fraqueza de quem sofre o assédio alimenta uma espécie de círculo vicioso.
Para inibir esse tipo de situação, ela recomenda que os empregadores não apenas repreendam quem provoca o assédio moral, mas também ajudem as vítimas a adquirir habilidades para se defender.
A autora lembra que o bullying no trabalho não inclui apenas ofensas e brincadeiras de mau gosto, como também a exclusão social, que às vezes é sutil e difícil de ser identificada pelos empregadores.
Vítimas de assédio moral costumam sofrer ansiedade e falta de vigor, o que muitas vezes leva a problemas de saúde. Com menos energia para reagir adequadamente em situações difíceis, acabam tendo menos apoio de colegas ou supervisores.
A pesquisa foi feita em parceria com especialistas das universidades Complutense e Autônoma de Madri, e contou com 348 funcionários espanhóis. Os dados foram publicados no periódico Anxiety, Stress & Coping: An International Journal.
Para Vergel, as empresas precisam adotar políticas mais rigorosas contra o assédio moral. Mas programas de treinamento poderiam ajudar as vítimas a aprender mecanismos de enfrentamento para ajudar a quebrar o círculo vicioso. Algo que também poderia ser útil para vítimas de bullying nas escolas.