Experimentos mostram que essa característica faz os homens, e até algumas mulheres, procurarem menos o médico
Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h37 - Atualizado às 23h55
Homens são menos propensos a ir ao médico que as mulheres, e também costumam escolher profissionais do mesmo sexo para se consultar. Mas, segundo um estudo, eles são mais honestos sobre seus sintomas quando são atendidos por alguém do sexo oposto.
Para pesquisadores da Universidade Rutgers, nos Estados Unidos, essas conclusões podem explicar por que os homens costumam morrer, em média, cinco anos mais cedo que as mulheres.
Em um levantamento, cerca de 250 homens responderam a questionários sobre noções de masculinidade e sobre os médicos de preferência. Eles também foram atendidos por estudantes de medicina e enfermagem de ambos os sexos, para falar sobre suas condições de saúde. Em outra pesquisa conduzida pela equipe, foram entrevistados homens e mulheres – ao todo 298 pessoas.
A equipe constatou o que muita gente já sabe: os homens são mais propensos a ignorar problemas de saúde, ou adiar a busca por tratamento, do que as mulheres. E quanto mais crenças tradicionais sobre masculinidade eles têm – como a ideia de que homem tem de esconder certas emoções e ser autossuficiente, maior a tendência. Os resultados também mostraram que, apesar de escolher médicos homens, eles têm mais dificuldade de se abrir com eles, provavelmente pelo receio de parecer vulneráveis na frente de alguém do mesmo sexo.
O curioso é que, na pesquisa que envolveu mulheres, algumas delas também demonstraram valorizar bastante a autossuficiência. E essas participantes, assim como os pares do sexo oposto, também foram mais propensas a negligenciar sintomas e adiar a busca por tratamento médico. Para ambos os sexos, essa característica se refletiu em piores condições de saúde.
Para os autores, o desejo de não depender de ninguém pode ser perigoso para a saúde, independente do sexo. Os trabalhos foram publicados nos periódicos Preventive Medicine e The Journal of Health Psychology.