Pesquisa da Unifesp revela aumento significativo do sedentarismo com as medidas de isolamento
Redação Publicado em 04/03/2021, às 16h00
Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e publicada na revista científica BMC Public Health, mostrou que há uma relação entre níveis baixos de atividade física durante a pandemia de Covid-19 e sintomas de ansiedade e depressão.
Entre os resultados revelados, 30% dos participantes apresentaram sintomas de depressão de grau moderado a grave e 23,3%, sinais de ansiedade moderada a grave.
Participaram do processo de pesquisa 1.853 brasileiros. Foram realizados diferentes tipos de questionários para medir os níveis de atividade física, grau de isolamento social, indicativos de bem-estar e possíveis sintomas de transtornos de humor. Todas foram respondidas on-line pelos participantes, sendo eles 1.110 mulheres e 743 homens.
Além disso, a equipe aplicou o questionário de atividade física duas vezes, uma considerando as condições de vida dos participantes em junho de 2020, e outra referente aos momentos anteriores ao isolamento social. Dessa forma, foi possível analisar a diferença das respostas e estabelecer uma relação com os resultados dos outros questionários aplicados.
Após a análise das respostas, foi constatado uma queda significativa do nível de atividade física dos participantes durante a pandemia. Antes do período de isolamento social, 69% dos indivíduos eram considerados muito ativos e apenas 39% permaneceram nessa classificação ao longo da quarentena.
Juntamente com esses dados, observou-se ainda uma maior presença de sintomas de depressão e ansiedade entre os indivíduos com baixa renda mensal familiar, os mais jovens e as mulheres. Aqueles que revelaram uma diminuição no nível de atividade física ao longo da pandemia também se apresentaram mais ansiosos e depressivos.
Para os pesquisadores, os resultados deixam nítido que, durante o período de isolamento social, as pessoas se tornaram muito mais vulneráveis física e mentalmente. Por essas e outras razões, acreditam ser importante incentivar programas que promovam atividades físicas, sem descuidar das medidas de distanciamento social necessárias para a prevenção da Covid-19.
O trabalho foi realizado pela disciplina de Neurofisiologia e Fisiologia do Exercício do Departamento de Fisiologia da Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp) - Campus São Paulo, em parceria com outras instituições de ensino nacionais e internacionais, como a Universidade Federal de Goiás (UFG), Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Universidade da Ática Ocidental (Grécia), Universidade de Zurique (Suíça) e a Universidade McMaster (Canadá).
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