Pesquisa independente mostra o que os brasileiros acham da cultura do cancelamento
Redação Publicado em 15/02/2021, às 15h57
Cerca de metade dos brasileiros tem acompanhado, de alguma forma, o BBB21. Dessas pessoas, 86% dizem já ter sentido emoções negativas fortes nas duas primeiras semanas de programa. Os sentimentos mais comuns gerados pelo reality, em ordem de expressividade, foram: raiva, tristeza, preconceito, humilhação e indignação.
Os resultados são de uma pesquisa quantitativa realizada de forma independente pela Hibou, empresa de monitoramento de consumo, com uma amostra de 2.467 brasileiros com mais de 20 anos de diferentes partes do país e das classes ABCD. Os participantes responderam pela internet, sendo que 56% dos entrevistados eram casados e 58% eram mulheres. A margem de erro é de 2%.
Entre os respondentes, 30% não assistem o reality, mas sabem o que está acontecendo na casa; 16% têm assistido desde o início; e 6,7% assistiram no começo, mas estão pensando em parar. As justificativas para querer largar o programa foram as seguintes: 51,3% acham que falta um clima feliz; 50,6% consideram o conteúdo pesado, 43,8% dizem que há muita discussão boba e pouca diversão; e 36,9% estão cansados do assunto do cancelamento.
O que os telespectadores mais gostam no programa é de bisbilhotar, mesmo, o comportamento das pessoas (mencionado por 51,4% dos entrevistados), dos conflitos (ou “tretas”, citadas por 49,4%) e das provas (39,8%). Os outros motivos apontados para assistir ao reality: 22% querem relaxar; 22,5% gostam mesmo é das festas; e 20% dizem ver o programa para ter assunto com os amigos.
Ao serem informados sobre o que é a cultura do cancelamento, 87% dos entrevistados disseram que isso é o que acontece na casa. A pesquisa aproveitou para coletar percepções do público sobre esse assunto. Cerca de 44% das pessoas entendem que o fenômeno não é novo, o que não existia antes era o uso das redes sociais para repudiar alguém.
Uma parcela de 38% dos brasileiros relata que já sofreu algum tipo de cancelamento em algum momento da vida, e 74,5% entendem que o ato é o mesmo que bullying. Mais da metade dos brasileiros acredita que é preciso entender os dois lados da história antes de cancelar alguém. E 54,7% acreditam que isso pode se tornar uma arma na mão de pessoas mal intencionadas.
Apesar da postura crítica em relação ao cancelamento, 50,7% das pessoas já ocuparam o papel de “cancelador” contra uma marca ou empresa; 52,7% fizeram isso com artistas ou em páginas nas redes sociais; e 48,6% com pessoas de sua relação direta.
Entre os temas que, na visão dos brasileiros, mais merecem cancelamento estão: maus tratos a animais (88,6%), maus tratos a crianças (86,8%), estupro (86,1%), maus tratos a idosos (82,7%), violência doméstica (80,6%), assédio sexual (78,1%), racismo (75,5%), desvio de dinheiro público (68,6%), discriminação sexual (65,7%), discriminação religiosa (59,4%), fraude e sonegação (56,1%) e apologia a drogas (48,9%).
Fiuk: remédios para depressão e ansiedade causam abstinência?
Saída de Lucas, do BBB, traz à tona questão do bullying e da exclusão
Como o beijo de Lucas e Gilberto, do BBB21, mostra que bifobia ainda é real
BBB21: Como a atitude de Karol Conká pode impactar a saúde mental de Lucas