Redação Publicado em 15/02/2024, às 18h00
A expressão “entre quatro paredes vale tudo” é frequentemente usada. Mas, o que de fato acontece nesse lugar tão íntimo? Cada vez mais, parece que os fetiches estão presentes e fazem parte da vida sexual dos brasileiros e do resto do mundo. Para muitos, são sinônimo de criatividade, novas experiências e um sexo mais excitante.
O termo é derivado do latim “facticius”, que significa algo artificial ou inventado. Muito utilizado para denominar objetos em rituais de civilizações antigas, o fetiche é um objeto que se torna alvo de idolatria, para o qual se atribui propriedades mágicas ou sobrenaturais.
O fetiche sexual, portanto, é uma atração erótica por alguma parte do corpo, objeto ou situação que acaba gerando um prazer sexual. Exemplos famosos são o salto alto, as famosas algemas e o fetiche por pés.
Esses objetos podem fazer parte da fantasia sexual, ou seja, ideias, imagens mentais e vontades que motivam o desejo sexual, e não necessariamente precisam ser colocadas em prática.
Explicando de uma forma bem simples, “cuckold” é uma prática na qual um homem obtém excitação sexual ouvindo a narrativa ou assistindo à parceira fazendo sexo com outro. É um dos fetiches mais comuns e vem crescendo cada vez mais no Brasil.
Para se ter uma ideia, a frequência de busca do termo no Google teve um aumento de cerca de 800% nos últimos 15 anos. A quantidade de pornografia relacionada ao tema também é grande na internet. E não podemos esquecer da “cuckquean”, a versão feminina do fetiche, menos comum, mas também presente.
O termo cuckold vem da ave cuco. A fêmea vai buscar outros ninhos para colocar os ovos, e o macho sabe disso. Ela os deixa com esses pássaros que cuidarão deles. No fetiche sexual, são os homens que permitem e desejam que suas mulheres – de um relacionamento monogâmico – tenham relações com outros homens, e que eles participem de alguma forma.
Poderíamos falar em traição, mas é algo de comum acordo. Em qualquer fetiche, tudo é conversado e as regras são claras, para que não haja outras interferências e não gere desconforto. Quem faz são pessoas que gostam de se sentir neste lugar, pois é uma relação de poder. A partir do momento que você consente que a pessoa vá para outra relação, é você que está permitindo e quer saber detalhes, ou estar junto.
O BDSM é um sigla para “Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo e Masoquismo” e ganhou notoriedade com o filme “Cinquenta Tons de Cinza”, baseado no best-seller e livro da autora britânica E. L. James.
O termo refere-se a algumas práticas em que os envolvidos encontram prazer na dor. No caso do Bondage, por exemplo, a pessoa normalmente está amarrada e submetida aos desejos do outro. Assim, o BDSM é considerado um fetiche – quando colocado em prática –, mas também pode ficar apenas na esfera da fantasia sexual.
No BDSM, existem diferentes níveis de intensidade da prática, que podem ir desde arranhões e xingamentos, até o uso de chicotes e mordaças. Confira algumas atitudes que caracterizam esse fetiche:
O swing é definido por casais que têm relações sexuais com outras pessoas e, na maioria dos casos, ambos estão presentes no ato.
Grande parte acredita que o que acontece é apenas uma troca de casais, mas, na prática, o fetiche pode se dar com um outro casal, um homem solteiro, uma mulher solteira ou qualquer outro tipo de estrutura que a fantasia permitir.
O swing é praticamente um estilo de vida, que vai desde clubes específicos até aplicativos para se conectar com pessoas que vivem suas respectivas sexualidades dessa mesma forma.
Vale ressaltar a importância da comunicação e do consenso de ambas as partes no momento de ter essa experiência. Isso porque muitos casais acabam tendo problemas no relacionamento por se sentirem inseguros, com ciúmes, medo do abandono e tantas outras preocupações que não existiam antes do swing.
Afinal, presenciar o parceiro ter relação sexual com outro alguém na "vida real" pode provocar milhares de sentimentos e sensações até então desconhecidos.
Algumas pessoas podem considerar os fetiches como um “problema”, mas Jairo Bouer explica que ele só passa a ser considerado como tal quando uma das partes não aceita a ideia, ou quando a pessoa fica tão focada nele que não consegue ter prazer de outra forma, o que limita bastante a vida sexual.
Quando você tem algo muito particular, do tipo: ‘Esse é o único jeito que consigo sentir tesão’, você limita um pouco as experiências. O fetiche é legal quando ele é mais uma possibilidade”, conta Jairo.
Logo, o psiquiatra conclui que o fetiche é algo diferente e pode servir como uma espécie de “tempero” para o sexo, mas não deve ser a única coisa na vida sexual e deve, sempre, ser algo consensual e apreciado por todos os envolvidos na relação. Senão é melhor que fique só na fantasia.