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Beber sozinho leva a futuros problemas com álcool, sugere estudo

O álcool está presente em situações sociais, mas é fundamental saber administrar o seu consumo - iStock
O álcool está presente em situações sociais, mas é fundamental saber administrar o seu consumo - iStock

Redação Publicado em 11/07/2022, às 16h00

Um novo estudo da Universidade Carnegie Mellon (Estados Unidos) – publicado na revista Drug and Alcohol Dependence – descobriu que beber só na adolescência ou na juventude aumenta fortemente o risco de transtorno do uso de álcool mais tarde na vida. Essas chances são ainda maiores para as mulheres. 

Segundo os pesquisadores, a maioria dos jovens que bebe faz isso com outros em ambientes sociais. Porém, uma minoria substancial está bebendo sozinha e esse comportamento pode ser um forte fator de risco para problemas com álcool no futuro, assim como a frequência, a quantidade consumida, o status socioeconômico e o gênero. 

17 anos de acompanhamento 

O uso excessivo de álcool é um fardo mundial, contribuindo para três milhões de mortes em todo o mundo anualmente. Para o estudo, os pesquisadores analisaram dados de um levantamento epidemiológico sobre uso de drogas e álcool entre jovens estadunidenses. 

Aproximadamente 4.500 adolescentes (18 anos) responderam a perguntas sobre seus padrões de uso de álcool e se consumiam bebidas alcoólicas enquanto estavam sozinhos. Todos foram acompanhados por 17 anos, fornecendo informações sobre o uso e sobre o consumo solitário quando jovens (23/24 anos) e relatando sintomas de transtorno do uso de álcool na idade adulta (35 anos).

Confira:

35% mais chances 

Os resultados mostraram que adolescentes e jovens adultos que bebiam sozinhos apresentaram maior risco de sintomas do transtorno de uso de álcool na idade adulta em comparação a seus pares que só bebiam em ambientes sociais.

A equipe também controlou fatores de risco precoce bem estabelecidos para problemas com álcool, como consumo de grandes quantidades em pouco tempo e a frequência.

As descobertas revelaram que as chances de desenvolver sintomas do transtorno aos 35 anos eram 35% maiores para adolescentes e 60% para adultos jovens que faziam o consumo solitário. Além disso, as meninas (adolescentes e jovens adultas) que bebiam sozinhas pareciam estar em risco particularmente maior para futuros problemas com álcool

Os resultados

Cerca de 25% dos adolescentes e 40% dos jovens adultos relataram beber sozinhos. Esses achados sugerem que intervenções direcionadas podem ser úteis para educar e informar esses grupos, especialmente mulheres jovens, sobre os riscos do consumo solitário para impedir o desenvolvimento de problemas com álcool no futuro. 

Os pesquisadores acreditam que os jovens que bebem sozinhos têm esse comportamento como uma maneira de lidar com emoções negativas, um padrão de uso de álcool que tem sido consistentemente ligado ao desenvolvimento de problemas com a bebida mais tarde na vida. 

A equipe explica ainda que a pandemia aumentou a bebida solitária entre os mais novos. Com aumentos simultâneos em quadros de depressão e ansiedade relacionados ao período de isolamento social é possível observar o crescimento dos problemas de álcool entre os jovens. 

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