Redação Publicado em 07/07/2021, às 17h30
Em setembro de 2020, o ator Chadwick Boseman, de 43 anos, – estrela do filme Pantera Negra (2018) – morreu após ser diagnosticado com câncer de cólon. Apesar de ser mais comum em pessoas acima dos 50 anos, a incidência entre mais jovens tem aumentado.
De acordo com um novo estudo realizado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Washington (Estados Unidos), esse crescimento pode estar relacionado ao consumo de bebidas açucaradas, como refrigerantes, entre os jovens adultos, levando a um risco maior de desenvolver esse tipo de câncer.
O câncer colorretal é uma doença muito frequente, sendo o terceiro tipo mais recorrente entre os homens (atrás dos de pulmão e de próstata) e o segundo entre as mulheres (atrás apenas do câncer de mama) - excluindo dessa lista o câncer de pele não melanoma. Ele compromete a região do intestino grosso (cólon) e do reto (localizado no final do intestino, antes do ânus).
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), foram estimados 40.990 novos casos em 2020, sendo 20.520 em pessoas do sexo masculino e 20.470 do feminino. Entre os principais fatores de risco estão: idade igual ou acima de 50 anos, histórico familiar de câncer no intestino, excesso de peso e alimentação não saudável (pobre em vegetais, frutas e outros alimentos ricos em fibras), tabagismo e consumo de bebidas alcoólicas.
Os sintomas mais frequentes que podem sinalizar câncer de colorretal são: sangramento nas fezes, dor abdominal, perda de peso, fraqueza, anemia e mudança de hábito intestinal (diarreia e prisão de ventre alternados). Na maioria das vezes, esses sinais não são causados pelo câncer, mas é importante que sejam investigados se não melhorarem em alguns dias.
Vale lembrar que a diagnóstico precoce deste e de qualquer outro tipo de câncer é fundamental para possibilitar maiores chances de tratamento. Os tumores da região do cólon e reto podem ser detectados através de exames de fezes e endoscopias.
Confira:
A pesquisa, que envolveu 116.500 enfermeiras do sexo feminino de 1991 a 2015, constatou que mulheres que consumiam duas ou mais doses de 240 ml de bebidas adoçadas com açúcar por dia tinham mais que o dobro do risco de desenvolver o câncer colorretal precoce em comparação às que bebiam menos de um dose por semana.
Os achados revelaram um aumento de 16% no risco para cada porção adicionada por dia. Nas idades de 13 e 18 anos as chances eram ainda superiores: 32% mais risco de eventualmente desenvolver esse tipo de câncer antes dos 50 anos.
Segundo os pesquisadores, o câncer de colorretal em jovens adultos permanece relativamente raro. Entretanto, o fato de as taxas estarem aumentado nas últimas três décadas é preocupante e uma prioridade na prevenção do câncer. Com o aumento do número de casos em pessoas mais jovens, a idade média do diagnóstico caiu de 72 para 66 anos.
No total, os pesquisadores encontraram 109 diagnósticos de câncer colorretal de início precoce entre as participantes do estudo (116.500 pessoas). Porém, de acordo com os autores, apesar do número de casos ser pequeno, ainda há um forte sinal que sugere que a ingestão de açúcar, especialmente no início da vida, está desempenhando um papel no aumento das taxas desse tipo de câncer.
