Pesquisa que avaliou autopercepção, assim como estilo de vida e condição socioeconômica, mostrou diferenças entre os grupos
Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h29 - Atualizado às 23h56
A pesquisa, publicada no periódico Demography, avaliou a autopercepção da saúde de mais de 10,1 mil gays, lésbicas e bissexuais e de 405 mil heterossexuais.
Segundo a principal autora, Bridget Gorman, as pesquisas de saúde existentes de modo geral não fazem distinções entre as diferentes minorias sexuais. Por isso, ela e sua equipe decidiram checar não apenas os relatos, como também o estilo de vida e a condição socioeconômica dos participantes.
Os resultados mostram que 19,5% dos homens bissexuais e 18,5% das mulheres bissexuais avaliaram sua saúde como “ruim” ou “regular”. Os mesmos conceitos foram utilizados por apenas 11,9% dos gays e 10,6% das lésbicas. Entre os que se identificam como heterossexuais, 14,5% dos homens avaliaram a própria saúde como “ruim” ou “regular”, contra 15,6% das mulheres.
Entre os grupos pesquisados, os bissexuais também apresentaram desvantagens em relação fatores sociais, econômicos e comportamentais associados a saúde e bem-estar. Eles eram mais propensos a fumar (23,8% dos homens e 21,9% das mulheres, respectivamente), em comparação com 14,9% dos gays, 16,6% das lésbicas, 11,1% dos homens heterossexuais e 8,3% das mulheres heterossexuais.
Os bissexuais também apresentaram tendência a ter um nível mais baixo de escolaridade e renda familiar mais baixa em relação aos outros grupos avaliados.
Os pesquisadores ressaltam a importância de se examinar o estado de saúde de grupos específicos, e não apenas das minorias sexuais em conjunto, já que o perfil dos bissexuais pode ser bem diferente do apresentado por gays e lésbicas.