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Brasil registrou 355,4 mil mortes a mais no "ano da pandemia"

Além da própria Covid, falta de leitos e medo de ir ao hospital também provocaram mortes - iStock
Além da própria Covid, falta de leitos e medo de ir ao hospital também provocaram mortes - iStock

Redação Publicado em 15/03/2021, às 14h00

Entre março de 2020 e fevereiro de 2021, o Brasil registrou 355.455 mortes a mais em relação à média, o que representa um aumento de 31% em comparação com a média de outros anos. As informações são da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), que representa a classe dos Oficiais de Registro Civil de todo o país, e mostram o impacto não só da Covid-19, mas também da falta de leitos e do receio de ir aos hospitais durante a pandemia.

O comunicado da associação diz que no período, chamado de "ano da pandemia", foram registradas quase 1,5 milhão de  mortes, número recorde desde 2003, quando teve início a série histórica “Estatísticas do Registro Civil”, realizada com base em dados dos cartórios brasileiros.

Os dados podem ser pesquisados no Portal da Transparência do Registro Civil, uma base de dados abastecida em tempo real pelos Cartórios de Registro Civil do país e administrada pela Arpen.

Regiões mais afetadas

Entre os estados brasileiros, os da região Norte foram os que registraram a maior diferença do último ano da pandemia em relação à média histórica dos anos anteriores. O Amazonas registrou aumento de 86,8%, seguido por Roraima (81,2%), Acre (51,8%) e Rondônia (44,6%). Na região Sudeste, o Espírito Santo registrou aumento de 42,8%, seguido por Rio de Janeiro (39,9%), São Paulo (36,7%) e Minas Gerais (24,3%). Na região Sul, Santa Catarina teve aumento de 36,4%, enquanto na região Nordeste Maranhão foi o estado que teve o maior aumento percentual, com 33,3%.

Fevereiro teve mais mortes

Com o agravamento recente da pandemia, fevereiro de 2021 foi o mês “mais mortal de sua própria série histórica no Brasil, com um total de 119.335 óbitos registrados pelos cartórios no período, 33.5 mil óbitos a mais do que a média para o período”, diz o comunicado da associação.

O número de mortes do mês passado foi ainda 28,1% maior do que a média histórica dos meses de fevereiro desde 2003, sendo 26,8 pontos percentuais a mais em relação à média para o período. Na comparação com fevereiro de 2020, o crescimento foi de 28%. Os estados da região Norte também foram os que mais registraram crescimento em fevereiro em relação ao mesmo mês do anterior. 

A associação esclarece que o número de mortes registradas nos meses de 2021 ainda pode vir a aumentar, assim como a variação da média anual e do período, uma vez que os prazos para registros chegam a prever um intervalo de até 15 dias entre o falecimento e o lançamento do registro no Portal da Transparência. Além disso, alguns estados brasileiros expandiram o prazo legal para comunicação de registros em razão da situação de emergência causada pela Covid-19.