Brasileiros se sentem pressionados a transar no primeiro encontro

Pesquisa feita com quase mil pessoas mostrou que 32% delas se sentem pressionadas

Redação Publicado em 02/07/2021, às 16h56

Pesquisa ainda revelou que para muita gente falar sobre sexo é tabu - iStock

Quase um terço dos brasileiros (32%) se sente pressionado a ter relações sexuais logo no primeiro encontro. É o que mostra uma pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha a pedido da healthtech de saúde masculina Omens, em parceria com o app de paquera Happn.

Dos quase 1.000 entrevistados, 11% se sentem muito pressionados em proporcionar uma experiência única e ‘memorável’ ao parceiro (entre os homens, esse sentimento é mais alto do que entre as mulheres, respectivamente 14% e 8%). Além disso, 21% se sentem pressionados por não ter intimidade suficiente com o parceiro. 

Falar sobre sexo ainda é tabu 

Apesar de o mundo digital permitir que os solteiros se sintam mais livres para falar sobre os mais diversos assuntos, o tema "sexo" ainda é tabu na paquera online: 31% dos usuários brasileiros de apps declararam evitar conversar sobre sexo e desejos nos papos online; outros 26% evitam o assunto antes do primeiro encontro ou da primeira vez do casal e apenas 18% tomam a iniciativa para conversar sobre assuntos sexuais - o hábito é mais comum entre os homens (29%) do que entre as mulheres (8%). 

Rolou! E agora? 

Não existe uma etiqueta oficial para o dia seguinte à primeira vez do casal, mas existem algumas expectativas que cada um cria dentro de si. Após a primeira experiência sexual com o novo parceiro, três em cada dez brasileiros (29%) esperam que o parceiro entre em contato no dia seguinte - entre as mulheres esse índice é mais alto do que entre os homens (43% ante 14%).

Por outro lado, 22% dos entrevistados costumam entrar em contato no dia seguinte mesmo que a relação sexual não tenha sido agradável. Já 17% entram em contato apenas se a relação sexual foi boa, enquanto 16% entram em contato para saber o que o parceiro achou da experiência e outros 16% esperam alguns dias antes de entrar em contato. 

Confira:

Para Michelle Sampaio, diretora de psicologia sexual da Omens, esses dados comprovam um comportamento cada vez mais comum entre seus pacientes. "Alguns dos comportamentos levantados pela pesquisa é o que eu já observava em meu consultório e em relatos do dia a dia: na nossa sociedade, os homens ainda se cobram muito pela iniciativa de ter que ter uma relação em um primeiro encontro, e também pela performance sexual de proporcionar uma experiência memorável."

Ainda segundo ela, essas preocupações podem atrapalhar (e muito!) a hora do sexo, trazendo até possíveis falhas na resposta sexual. Ela acrescenta que a pandemia não diminuiu nem um pouco o tabu em torno das conversas sobre sexo. "Todo mundo tem uma opinião e uma história na roda de conversa com os amigos, mas quando é para de fato conversar sobre sexo com a parceria, a maioria se esquiva, sente vergonha. Vale ressaltar que uma boa comunicação é um dos primeiros passos para uma boa vivência sexual", alerta.

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