Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h15 - Atualizado às 23h57
Quando um adolescente briga com o pai e pede ajuda a outras pessoas para resolver o conflito, o tipo de resposta que ele recebe pode ser fundamental para o seu bem-estar e para o relacionamento familiar. É o que mostra um estudo realizado nos EUA.
O trabalho foi feito por pesquisadores da Universidade Estadual de San Francisco. O titular da disciplina de psicologia, Jeff Cookston, e sua equipe entrevistaram 293 famílias sobre conflitos entre adolescentes e seus pais ou padrastos.
Os jovens que procuram a mãe, o amigo ou qualquer outra pessoa para ouvir conselhos e recebem alguma justificativa para o comportamento do pai tiveram um risco menor de desenvolver problemas de depressão ao longo da adolescência.
Os pesquisadores já sabiam que falar com outras pessoas sobre conflitos com o pai é algo positivo para o bem-estar dos adolescentes. Com o trabalho, porém, eles puderam ir mais além e ver o que acontece na prática.
Eles descobriram que a mãe costuma ser a figura mais procurada para essas questões. Em seguida, um amigo ou outra pessoa que não é da família. O que mais importou não foi quantas vezes o adolescente buscou alguém para desabafar sobre o pai, mas a qualidade dos argumentos que ouviu.
Quando os garotos ouviam explicações plausíveis para o que estava acontecendo, eles se sentiam melhor em relação a si mesmos. Os resultados foram similares para pais biológicos e padrastos, assim como para famílias de ascendência europeia ou mexicana.
O autor do estudo ressalta que a adolescência é um período de alterações fisiológicas importantes no cérebro. Na opinião dele, ajudá-los a compreender melhor os relacionamentos é tão importante quanto ensinar geometria e álgebra.
O estudo, publicado no Journal of Research on Adolescence, também mostra como o relacionamento entre pai e filho tem um impacto significativo na tendência dos adolescentes a depressão ou problemas de comportamento.