Britney Spears admite ter tido depressão perinatal; saiba o que é

Alguns dos sintomas podem ser irritabilidade e dificuldade para dormir; veja mais

Redação Publicado em 14/04/2022, às 11h00

Saiba mais sobre a depressão perinatal - iStock

Recentemente, Britney Spears comunicou em suas redes sociais que está grávida! Bem humorada, a cantora brincou dizendo que estava ganhando peso e, inicialmente, achou que fosse apenas por estar comendo demais.

No entanto, a artista também aproveitou o post para lembrar sobre sua outra gravidez e tocou em um assunto mais sério: depressão perinatal.

É difícil porque quando eu estava grávida, tive depressão perinatal. Devo dizer que é horrível. As mulheres não falavam disso naquela época. Algumas pessoas consideravam perigoso se uma mulher reclamasse assim com um bebê dentro dela, mas agora as mulheres falam sobre todos os dias. Graças a Jesus não temos que manter essa dor um segredo reservado”, escreveu ela.

O que é depressão perinatal?

A depressão perinatal é um transtorno de humor que ocorre durante o período perinatal, que inclui a gravidez e até um ano após o parto, de acordo com o Instituto Nacional de Saúde Mental (NIMH).

Quais são os sintomas?

Para que a condição de uma mulher seja classificada como depressão perinatal, ela deve durar mais de 14 dias e "prejudicar a qualidade de vida da mulher", de acordo com a revisão do Cleveland Clinic Journal of Medicine (CCJM) .

Algumas grávidas experimentam apenas alguns sintomas de depressão perinatal, enquanto outras experimentam vários, de acordo com o NIMH. O instituto lista o seguinte como alguns dos sintomas mais comuns de depressão perinatal:

A negação da doença…

Segundo um documento divulgado pela Fiocruz, a depressão perinatal é o transtorno mental mais prevalente do ciclo gravídico-puerperal, com graves repercussões para a saúde física e psíquica da mãe e do bebê. 

Em 2017, foi realizada uma pesquisa qualitativa, em uma Unidade de Saúde da Família do Rio de Janeiro, com um grupo focal que tinha a participação de 10 mulheres (seis grávidas e quatro puérperas), um coordenador e três observadores. Dessa análise, foram obtidas as seguintes categorias: 

  1. Falta de conhecimento e informação: a maioria das participantes relatou que não sabia o que era depressão e que essa temática não foi abordada durante os atendimentos na unidade de saúde; 
  2. Estigma e preconceito: agrega falas como: “a pessoa está ficando maluca”, “é frescura, besteira”, “psicólogo é coisa de louco”, “é uma doença de rico, pobre não tem tempo de ter depressão”;
  3. Negação do problema: “não aceitação de ajuda, dificuldade de reconhecer os problemas emocionais”; 
  4. Sintomas de depressão: poucas participantes relataram sintomas de depressão: “tristeza, vontade de não fazer nada”, “a pessoa se fecha”. As mulheres desconhecem o que é depressão e a unidade de saúde não aborda o assunto durante o pré-natal e puericultura.
A depressão é permeada por estigma e preconceitos, sendo possíveis entraves na aceitação do tratamento. Isso pode agravar as repercussões da depressão sobre a saúde materna e a relação mãe-bebê. Portanto, é importante campanhas de conscientização sobre a depressão e sua abordagem na rotina das consultas nos serviços de saúde”, diz o documento.

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