Cada fase da vida envolve alterações que demandam cuidados específicos
Jaqueline Zmijevski Publicado em 24/08/2022, às 10h00
A oleosidade do couro cabeludo, assim como da pele, é uma característica individual que pode ser controlada através de produtos e tratamentos, mas não modificada definitivamente. O que podemos observar é uma mudança na produção da glândula sebácea no decorrer da vida, refletindo em épocas de cabelos menos ou mais oleosos.
Para entender melhor essa oscilação, precisamos saber que a glândula sebácea possui receptores que são ativados por hormonais sexuais: testosterona, estrogênio e progesterona.
Por esse motivo, crianças comumente apresentam cabelos mais secos e, ao entrar na puberdade, quando as glândulas sebáceas, por influência hormonal, aumentam de tamanho e começam a secretar mais sebo, tornam a pele e couro cabeludo mais oleosos, independente do sexo. A produção de sebo também pode variar ao longo do ciclo menstrual, uma vez que o estrogênio reduz a ativação glandular e consequente produção de sebo. Isso explica porque o uso de anticoncepcionais diminui a oleosidade da pele e cabelos.
Passando pela adolescência e idade adulta, já por volta dos 40 a 50 anos, a oleosidade dos cabelos tende a diminuir, por conta do declínio nos níveis hormonais e consequente redução na produção de sebo. Essas alterações refletem em couro cabeludo e cabelos mais secos, em homens e mulheres.
Já na terceira idade, os cabelos ficam ainda mais secos. Nessa fase, é frequente a queixa de coceira no couro cabeludo, justamente pelo ressecamento que pode acontecer. A boa notícia é que a indústria cosmética tem produtos que podem nos auxiliar em todas as fases.
No que diz respeito ao controle da oleosidade, existe uma gama de cosméticos disponíveis. O que se orienta para cabelos oleosos é a lavagem diária, uma vez que tendem a ficar com aspecto mais pesado já no dia seguinte da lavagem. A higiene deve ser feita com shampoos voltados para esse fim, uma vez que contém ativos que conferem uma sensação de frescor e removem com mais facilidade o excesso de sebo.
Nesses casos, a aplicação de condicionadores e máscaras deve ficar restrita à extensão dos fios, para que não deixem resíduos no couro cabeludo.
Outra alternativa são os xampus detox ou esfoliantes, mas atenção: devem ser aplicados apenas no couro cabeludo, já que seu contato com os fios pode ressecá-los. Além disso, sua frequência de uso deve se limitar a uma, no máximo duas, lavagens da semana.
Quando somente a raiz é oleosa, é importante cuidar dos fios com máscaras de hidratação, uma vez que os produtos para controle de oleosidade acabam removendo parcialmente a “gordura boa” dos fios.
Em casos extremos, somente os cosméticos não conseguem controlar a oleosidade; nesse caso, podemos lançar mão de medicamentos que reduzem a produção do sebo, seja por bloqueio hormonal, como os antiandrogênicos ou anticoncepcionais, seja por supressores da glândula sebácea, como a isotretinoína via oral, sempre sob orientação médica. Seu uso pode conferir melhor aparência, qualidade de vida e autoestima para quem sofre com o excesso de oleosidade.
*Jaqueline Zmijevski é dermatologista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), pós-graduada em Medicina Estética e Fellow em Tricologia pela Associação Médica Brasileira (AMB). A médica também é membro da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia e da Associação Brasileira de Medicina Estética. Instagram: @dermato.jaqueline
Entenda os principais problemas que afetam o couro cabeludo
Cabelos ficam mais finos e menos pigmentados com envelhecimento
Descubra os 14 melhores alimentos para seu cabelo crescer saudável
5 razões para o couro cabeludo coçar