Pesquisadores analisaram se os cachorros entendem as intenções humanas ou apenas respondem aos comandos
Redação Publicado em 02/09/2021, às 16h00
Ao longo da história, os cães desenvolveram habilidades para se relacionarem com os seres humanos. A capacidade de entender cada “sentar”, “deitar” e “rolar” é apenas uma delas. Porém, será que eles realmente compreendem as intenções humanas ou apenas respondem aos comandos?
A competência de reconhecer as intenções de outras pessoas ou, pelo menos, compreendê-las, é um componente básico da chamada Teoria da Mente, que fala sobre a habilidade de atribuir estados mentais a si e aos outros – uma das aptidões consideradas exclusivamente humanas.
Diante desse cenário, pesquisadores alemães do Max Planck Institute for the Science of Human History buscaram descobrir se os cães apresentam esse componente básico, sendo capazes de identificar a diferença entre algo feito de propósito ou por acidente.
Para responder a essa pergunta, eles analisaram como os cachorros reagiram quando suas recompensas alimentares foram retidas, tanto intencionalmente como involuntariamente. A equipe descobriu que os animais responderam de forma diferente dependendo se a ação do experimentador era intencional ou não, mostrando que eles sabem e podem distinguir as intenções.
O estudo foi feito através da análise da forma como cada cão reagiu a um humano que intencionalmente ou involuntariamente reteve sua recompensa. O experimento foi feito com 51 cachorros, que foram testados em quatro condições distintas e estavam separados do testador humano por uma barreira transparente.
Confira:
Na primeira situação, denominada básica, o experimentador alimentava o animal com pedaços de ração através de uma brecha na barreira. Na segunda condição ele, de repente, retirou a recompensa por meio da lacuna e colocou-a à sua frente.
Na terceira ação, o testador trouxe a ração para a brecha da barreira e “tentou” passá-la por esse espaço, mas depois deixou cair “acidentalmente”. Por fim, ele tentou novamente oferecer a recompensa ao cão, mas não conseguiu porque a lacuna foi bloqueada.
Segundo os pesquisadores, o tempo que os cães esperaram antes de se aproximarem da recompensa foi o ponto observado. A equipe previu que se os cachorros fossem capazes de identificar as intenções humanas, eles esperariam mais tempo antes de chegarem perto da ração na segunda condição – na qual eles não deveriam receber a recompensa – do que nas últimas duas situações em que, de fato, a ração era destinada a eles.
Os dados revelaram que os cães não apenas esperaram mais tempo na segunda condição em comparação às outras duas como também eram mais propensos a sentar ou deitar – ações, muitas vezes, interpretadas como comportamentos apaziguantes – e pararem de balançar o rabo.
Para a equipe, os animais do estudo se comportaram de forma diferente dependendo se a ação era feita de propósito ou acidentalmente, sugerindo que os cães podem ter, pelo menos, um aspecto da Teoria da Mente: a capacidade de reconhecer a intenção dos humanos em uma atitude.
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