Redação Publicado em 16/06/2021, às 16h33
Ser mulher é constantemente saber que será julgada por todas as suas escolhas, não importam quais sejam. Porém, o que antes era um assunto pouco comentado, hoje é debatido em larga escala e as mulheres podem se apoiar umas nas outras e ver que não estão sozinhas.
Talvez tenha sido exatamente por isso que Carol Narizinho decidiu abrir o jogo e falar sobre o assédio que sofre em suas redes sociais. Em entrevista ao IG, ela contou:
"Às vezes, eu posto algo de biquíni ou uma publicidade que aparece um pouco mais do meu corpo e vem aquele monte de homem elogiando, falando besteira ou oferecendo dinheiro para sair comigo, para me comprar. Isso até hoje me incomoda. Eu me sinto como um pedaço de carne a ser comprado, a ser desejado".
A influencer também comentou sobre como o machismo influencia: "me incomoda bastante essa visão masculina. Acho que a mulher tem de ser livre, mas ainda tem muito machismo nesse meio. A gente não pode andar de biquíni ou postar uma foto usando ele que está se vendendo, mas não é isso que estou fazendo".
Uma pesquisa divulgada no final de 2020 pela Plan International, ONG focada nos direitos de meninas e mulheres, revela que 77% das brasileiras de 15 a 25 anos de idade já sofreram assédio virtual. A proporção, aqui, é mais alta que a média global, de 58%.
É fundamental que usuários de redes sociais se informem sobre o assunto e que as vítimas saibam como agir em caso de assédio.
O estudo da Plan International, que envolveu 14 mil jovens de 22 países, integra a campanha mundial “Meninas Pela Igualdade”. Uma das ações do movimento foi a entrega de uma carta aberta, escrita por meninas, ao Facebook, Instagram, TikTok e Twitter, cobrandoformas mais eficazes de denunciar abusos e assédio.
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Quase metade (46%) das jovens brasileiras dizem enfrentar mais assédio nas redes sociais do que na rua. O tipo de assédio mais frequente no ambiente virtual é a linguagem abusiva e insultuosa (58%), seguida de ataques à aparência, incluindo vergonha do corpo (54%) e constrangimento proposital (52%). Receber imagens pornográficas sem ter pedido é outro problema frequente.
Mais da metade (54%) das meninas brasileiras que são de uma minoria étnica e sofreram abusos afirmam que são atacadas por causa de sua raça ou etnia e quase a metade (44%) das que se identificam como LGBTIQ+ afirmam que são assediadas por causa de sua identidade de gênero ou orientação sexual.
Também no Brasil, 62% dos ataques ocorreram no Facebook, 44% no Instagram e 40% no Whatsapp.
Veja algumas dicas sobre como proceder em caso de assédio online:
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