Estudo de caso publicado na revista Lancet mostra que o "headbanging" pode causar lesão no cérebro
Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h16 - Atualizado às 23h57
O homem, de 50 anos, foi atendido no departamento de neurocirurgia da Faculdade de Medicina de Hannover, na Alemanha, em janeiro do ano passado, duas semanas depois de sentir fortes dores de cabeça. Um exame de imagem do crânio do paciente mostrou que ele tinha um hematoma subdural crônico do lado direito do cérebro.
Como o paciente não havia sofrido nenhum trauma, os médicos atribuíram o problema ao “headbanging”, aquele movimento com a cabeça típico de quem curte heavy metal. Dias antes de começar a sentir as dores ele tinha ido a um show do Motorhead. Felizmente, os cirurgiões conseguiram tratar a lesão e o fã se recuperou.
Os especialistas descobriram outras três histórias semelhantes na literatura médica. O “headbanging” também já foi associado a dissecção da carótida (a artéria que passa pelo pescoço até o cérebro), lesões na coluna vertebral e enfisema no mediastino.
O principal autor do estudo, Ariyan Pirayesh Islamian, acredita que casos como esses sejam mais comuns do que se imagina, como noticiou o site Medical News Today. Mesmo chamando atenção para os riscos de se chacoalhar a cabeça, ele encerra o artigo com uma homenagem ao Motorhead: para ele, o caso prova que a banda é mesmo uma das mais hardcore do planeta.