Comuns na adolescência (mas não só nela), as espinhas despertam muitas dúvidas
Redação Publicado em 11/09/2022, às 14h00
Muita gente tem ou já teve uma espinha no rosto, em alguma fase da vida. Mas, para algumas pessoas, o problema é grave, afeta profundamente a autoestima e pode deixar marcas de difícil tratamento. Por ser muito comum, é natural que todo mundo tenha uma teoria ou receita caseira que, na melhor das hipóteses, não resolve nada. Na pior, deixa a pele ainda mais irritada ou a mente cheia de encanações.
Uma das perguntas que chega com maior frequência para o site Doutor Jairo tem a ver com a possível influência da masturbação na acne durante a adolescência. Mas existem várias outras dúvidas, como a complexa relação entre alimentos e as alterações na pele. Recentemente, o podcast Palavra de Dermato, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) foi todo focado nos mitos sobre as espinhas e trouxe algumas respostas para dúvidas comuns sobre o tema. Confira algumas delas, a seguir.
MITO. Ela pode aparecer em qualquer fase da vida. Temos na infância, na adolescência e na fase adulta, embora seja mais comum na adolescência. Existem questões hormonais envolvidas, em especial a influência dos hormônios andrógenos (masculinos, mas também presentes nas mulheres). E há também alterações na barreira cutânea e na produção de um componente da pele chamado queratina.
MITO. “O que acontece é que muitos garotos ou garotas começam a se masturbar com mais frequência na puberdade ou na adolescência, quando as mudanças corporais começam”, conta o psiquiatra Jairo Bouer. “Há um aumento dos níveis hormonais que, muitas vezes, levam a um desejo maior e também podem provocar algumas alterações das glândulas da pele, deixando-a mais oleosa”, completa. Ou seja: mesmo sem se masturbar, muita gente vai ter acne nessa faixa etária.
DEPENDE. Por muito tempo se pensou que alimentos gordurosos pioravam a acne. Mas hoje se sabe que não é a gordura do chocolate, mas sim o açúcar. “A dieta com muito açúcar aumenta a produção de insulina, que aumenta a atividade da glândula sebácea”, explica a dermatologista Edileia Bagatin, da SBD, no podcast Palavra de Dermato.
MITO. O uso do hidratante é obrigatório e deve fazer parte do esquema de tratamento da acne, porque existe uma alteração da barreira cutânea. Esse manto que há na superfície da pele está alterado, e isso evita que produtos da poluição possam agredir a pele. A maquiagem é recomendável também. No passado os cosméticos eram mais gordurosos, mas hoje evoluíram muito e evita que as meninas mexam na pele e cutuquem a espinha, além de também proteger do sol. Mas é importante a consultar o dermatologista para receber orientações sobre os produtos mais adequados ao tipo de pele.
VERDADE. A recomendação dos dermatologistas é NUNCA espremer a espinha. Isso só prejudica o quadro, porque a pessoa vai machucar a pele, e muitas vezes isso resulta em mancha.
MITO. Um pouquinho de sol pode reduzir a inflamação, mas a exposição não pode ser excessiva porque pode causar manchas. Por isso a sugestão é se expor apenas por alguns minutos, e sempre com filtro solar adequado ao tipo de pele.
MITO. Usar esse tipo de produto é coisa do passado, quando não existia tratamento eficaz e acessível. Os ingredientes da pasta dental e mesmo máscaras caseiras podem irritar a pele e piorar a acne.
MITO. Nem todos os pacientes têm excesso de oleosidade. Aqueles que têm podem usar produtos específicos para isso. Mas quando não há oleosidade a orientação é usar produtos de limpeza suave, sabonetes suaves e só à noite, para remover a sujeira que se acumula durante o dia. De manhã, pode-se usar somente água.
VERDADE. Todos os outros tratamentos controlam a doença, inclusive antibióticos (que só podem ser usados por no máximo 3 meses). A isotretinoína de uso oral é a única opção para curá-la. Ela deve ser usada até a pele ficar sem lesão, com um ou dois meses de acréscimo, e algumas pessoas precisam de mais do que um ciclo de tratamento. “É uma droga que está no mercado há 40 anos, nunca foi retirada do mercado”, ressalta a dermatologista, acrescentando que hoje são usadas doses diárias mais baixas. O maior problema é que não se pode engravidar com uso do medicamento, porque ele pode causar má formação no feto, por isso é necessário utilizar um método seguro de contracepção durante o tratamento.
MITO. O melhor tratamento é a prevenção, ou seja, começar o tratamento adequado da acne assim que surgem as primeiras lesões. Mas, hoje, há diversas técnicas disponíveis para tratar as sequelas da acne, como microagulhamento, peelings químicos e laser. Bagatin explica que, em geral, é preciso associar técnicas porque existem diferentes tipos de cicatrizes. E são necessárias várias sessões. “Mas se consegue excelentes resultados”, garante.
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