O sistema descartável virou moda, mas não é aprovado pela Anvisa e envolve riscos
Carolina Piscina Publicado em 25/02/2021, às 12h03
A mais nova tendência entre os jovens é o uso de pods descartáveis, uma versão do cigarro eletrônico que não precisa ser recarregada, nem com líquido e nem com bateria. Após um determinado número de tragadas, o item deve ser descartado. Com um preço mais acessível, estas versões podem até parecer uma boa alternativa ao cigarro comum, mas elas não são aprovadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
São inúmeros os sites e tabacarias que vendem este tipo de produto mesmo sem a aprovação da Anvisa, que proibiu a comercialização dos cigarros eletrônicos em 2019, seguindo linhas de ações internacionais. Os chamados vapers podem parecer inofensivos, mas especialistas alertam que um cartucho de cigarro eletrônico pode ter o equivalente a seis ou até 18 cigarros comuns em termos de nicotina.
Segundo uma Pesquisa Nacional da Juventude dos EUA, os jovens são mais propensos a adotarem o uso dos dispositivos, ainda que não sejam fumantes do cigarro comum. No ano de 2017, a pesquisa apontou que mais de 2 milhões de alunos dos ensinos fundamental e médio eram usuários regulares do cigarro eletrônico. Para além do vício à nicotina, existem também os riscos de doenças respiratórias, sendo fibrose pulmonar, bronquite crônica e enfisema as mais comuns.
Já em 2019, o CDC (Centro de Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos) divulgou a sigla oficial para a lesão pulmonar associada ao uso de cigarros eletrônicos, a Evali. Até o momento em que foi feita a divulgação, no país, haviam sido reportados 1.299 casos e 26 mortes associados a essa condição.
Apesar de os fabricantes do produto alegarem que estes seriam uma melhor alternativa ao cigarro comum para adultos já fumantes, é preciso estar atento aos risco envolvidos em produtos não regulamentados, que podem conter mais substâncias do que as necessariamente descritas na embalagem. Vale ressaltar também que, além dos riscos para a saúde, ainda existem preocupações acerca dos acidentes causados pelas explosões das baterias, que podem causar graves queimaduras.
Ainda que não recarregáveis, as versões descartáveis oferecem os mesmos riscos associados aos vapers tradicionais, por isso não são uma alternativa segura e nem certificada pela Anvisa.
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