É fundamental que o médico seja consultado em caso de suspeita de cólica renal
Caroline Reigada Publicado em 15/09/2022, às 10h30
A cólica renal aguda é uma forma grave de dor súbita no flanco (parte lateral do abdômen), que normalmente se origina sobre o ângulo costovertebral (a junção entre a costela e a coluna) e pode se estender em direção à virilha ou ao testículo.
É caracteristicamente de um lado só e não piora com a movimentação ou com a rotação do corpo, mas pode vir acompanhada de náuseas e vômitos.
É frequentemente causada pela obstrução aguda do trato urinário, seja por um cálculo (pedra) ou por qualquer outro fator.
Esta cólica geralmente é ocasionada pela dilatação da pelve renal (parte coletora da urina, que fica no centro dos rins) e do ureter (o “ cano” que leva a urina do rim até a bexiga).
Embora geralmente ela seja ocasionada por uma obstrução aguda, como um cálculo no ureter, também pode ser oriunda de uma variedade de outros problemas e distúrbios, como contrações ureterais imediatamente após a remoção de um cateter chamado duplo J ou após uma ureteroscopia, que é um procedimento urológico.
Bloqueios ureterais semelhantes, mas de etiologias crônicas - ou seja, arrastadas (como obstruções da junção entre rim e ureter - a chamada estenose de JUP, câncer de próstata, câncer de colo do útero, cicatrizes e fibrose retroperitoneal, entre outros), geralmente não causam dor aguda ou cólica.
A dor no flanco característica de cólica renal pode, portanto, ser causada por múltiplas etiologias. Essas incluem:
- Angiomiolipoma renal ou cisto renal que sangrou;
- Colocação de duplo J ou sua remoção recente;
- Endometriose ureteral;
- Compressão ureteral por grampos cirúrgicos ou câncer;
- Massa de crescimento local que obstrua o rim ou ureter;
- Necrose papilar (em que uma parte do rim que pode sofrer pela falta de suprimento sanguíneo e morrer);
- Pielonefrite (que é a infecção do rim, a qual geralmente se origina de uma infecção urinária simples);
- Abscesso renal (“bola” de pus causada pela infecção no rim), infarto renal (que é a necrose ou morte das células renais) ou trombose venosa do rim (coágulo que entope as veias do rim);
- Abscesso ou hematoma retroperitoneais (causando obstruções do trato urinário);
- Hematoma renal espontâneo subcapsular (síndrome de Wunderlich);
- Após ureteroscopia.
Importante, portanto, é que o(a) médico(a) nefrologista seja consultado em suspeita de cólica renal, já que são múltiplas as causas e, portanto, os tratamentos para essas condições.
*Dra. Caroline Reigada é médica nefrologista, especialista em Medicina Interna pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e em Nefrologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. A médica é especialista em Medicina Intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira. Formada pela Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro, atualmente é médica do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Instagram: @dracaroline.reigada.nefro
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