No estudo, jovens afirmaram que ter intimidade com um amigo tinha impacto muito positivo na vida deles
Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h47 - Atualizado às 23h54
Um estudo britânico afirma que o combate ao preconceito contra homossexuais tem permitido que homens mais jovens fiquem mais à vontade para ter relações de amizade mais íntimas. Se para as garotas abraçar as amigas e fofocar enquanto a outra toma banho é algo absolutamente comum, muita gente olhava torto (e ainda olha) quando isso envolve dois garotos.
A conclusão é de uma equipe da Universidade de Winchester, no Reino Unido, e foi publicada no periódico Sex Roles. O termo usado por eles para esse tipo de amizade entre garotos heterossexuais é “bromance”, uma mistura de “brother”(irmão) e “romance”, em inglês, que pode ser traduzido como “amor fraternal”.
Os pesquisadores fizeram entrevistas com 30 estudantes de faculdades ligadas à área do esporte. Todos foram questionados sobre seus relacionamentos com os amigos, e avaliados em relação à intimidade que tinham com eles. Eles também responderam a questões específicas, como o que achavam de dormir na mesma cama, ficar nu na frente do amigo e até beijar no rosto.
Cada um dos 30 participantes tinha pelo menos um amigo íntimo. E todos afirmaram que a relação tinha impacto muito positivo na vida deles. Com esses “brothers”, eles podem falar sobre problemas de saúde ou questões sexuais de uma forma que não conseguem fazer com a família ou as namoradas.
Para os pesquisadores, o fato de amizades mais íntimas entre os jovens serem mais comuns hoje em dia pode resultar em homens mais saudáveis e com maior liberdade de expressar seus sentimentos no futuro. Tudo bem que a amostra do estudo é bem pequena, e que os britânicos têm uma cultura bem diferente da nossa, mas o trabalho indica que as coisas podem estar mudando.