Redação Publicado em 27/04/2021, às 13h00
Passou de uma certa idade não há mais sexo? Claro que não. Mulher depois da menopausa só quer saber de crochê? Óbvio que não, também. Felizmente, essas ideias envelheceram e discutir a vida sexual na maturidade deixou de ser tabu, como deixa clara a conversa animada entre o médico Jairo Bouer, a escritora Isabel Dias e a jornalista Abigail Costa, à frente do canal Manual do Tempo.
Autora do livro “32: Um homem para cada ano que vivi com você”, Isabel é o exemplo perfeito de que até as mulheres, hoje, não precisam mais ter vergonha de falar de sexo em público. No livro lançado em 2015, ela conta como foi redescobrir a sexualidade após descobrir as traições do marido, com quem havia vivido por 32 anos. A ideia era “se dar” apenas um relacionamento após o divórcio, mas a experiência se ampliou, como o título revela.
No começo, Isabel sentia vergonha do corpo, e até ressaca moral. Mas, com ajuda dos parceiros e a coragem de se olhar, “as caixinhas foram se abrindo”. E, embora tenha perdido algumas amigas mais conservadoras, ela diz que até a relação com os filhos melhorou depois que eles passaram a vê-la como mulher, e não só como mãe.
Como observa Jairo Bouer, a autoestima é um ponto fundamental nessa história toda. “Se eu consigo lidar melhor com as mudanças do meu corpo, que são totalmente naturais, fica muito mais fácil vivenciar a sexualidade”, explica. E Isabel concorda: “Mesmo que tenham pessoas que gostem de mais velhas, se você não se aceitar antes, você nunca vai sair com um cara com metade da sua idade”, comenta.
Assim como os jovens, quem passou dos 50 anos deve levar em conta que cuidados com a saúde como um todo têm impacto direto no desejo, no prazer e no desempenho na cama. “A qualidade da vida sexual tem tudo a ver com o estilo de vida”, ensina Jairo. Isso significa:
1# Praticar atividade física
2# Ter uma alimentação equilibrada
3# Cuidar da saúde mental
4# Ter um sono de qualidade
Além desses conselhos, existem questões mais específicas a serem discutidas. Em primeiro lugar, enquanto a mulher não tiver a menopausa confirmada, o que envolve 12 meses sem menstruar, é preciso utilizar algum método contraceptivo. Apesar de o risco de gravidez ser muito menor aos 50 anos, ele existe.
O segundo ponto é a prevenção das infecções sexualmente transmissíveis (IST). Alguns homens mais velhos podem ter uma resistência maior ao uso do preservativo, até por já ter alguma dificuldade de ereção que se intensifica ao colocar a camisinha. Se decidir abandonar o preservativo, o casal deve passar por um check-up antes e ir ao médico com regularidade, para que qualquer problema seja identificado e tratado o quanto antes.
Jairo afirma que a maioria das mulheres não se incomoda com o fato de o parceiro utilizar um medicamento para facilitar a ereção, como o Viagra. Mas há homens que têm vergonha de assumir, embora seja algo que ajuda muito a vida sexual dos mais velhos, da mesma forma que os hormônios, os hidratantes vaginais e lubrificantes também auxiliam a mulher.
Assista, também, à íntegra da live no Manual do Tempo.