Como você posta novidades no FB? Depende se a notícia é boa ou ruim

Segundo um estudo, postagens diretas ou indiretas dependem do impacto que a informação pode causar nos outros

Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h24 - Atualizado às 23h56

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Como é que você comunica fatos importantes da sua vida para os amigos do Facebook? De forma direta, com uma frase ou um texto, ou indireta, com uma foto ou uma simples alteração no perfil que todos serão capazes de ver? Segundo um estudo, tudo vai depender do impacto que a notícia deve causar, ou melhor, se ela é negativa ou positiva.

O trabalho, realizado por uma equipe da Universidade Chapman, na Califórnia, analisou as postagens de 599 homens e mulheres com idade média de 26 anos na rede social para chegar à conclusão. Os dados foram publicados no periódico Cyberpsychology, Behavior and Social Networking.

Os pesquisadores descobriram que positivos, como casamentos, promoções ou viagens,  tendem a ser postados de forma indireta. Já os negativos, com um texto direto. Essa lógica foi seguida pela maioria dos participantes em relação a temas variados, como relacionamentos, trabalho, saúde e vida acadêmica.

Para a equipe, coordenada por Jennifer Bevan, ninguém quer parecer muito vaidoso diante dos outros, por isso deixa para contar que decidiu se casar com uma foto do brinde, por exemplo. Ou, simplesmente, torna a alteração do status pública. O comportamento talvez se explique pelo fato de as pessoas saberem que notícias boas demais podem causar inveja ou deixar certos amigos deprimidos. Já com as notícias tristes não seria preciso pisar tanto em ovos.

A decisão de contar notícias ruins diretamente também pode ser uma estratégia para conseguir apoio, segundo os pesquisadores. Essa é uma das funções mais interessantes das redes sociais, por sinal.

A autora comenta que a descoberta é consistente com achados anteriores – um estudo já mostrou que dois terços dos jovens deixam claro que estão tristes ou estressados por meio das postagens. Outros trabalhos, no entanto, mostraram que usuários do Facebook não costumam falar muito de problemas de saúde ou sobre conflitos profissionais ou acadêmicos.

A autora alerta para as limitações da pesquisa, como a questão da faixa etária e o fato de que informações relevantes não são postadas com muita frequência, ou seja, o conteúdo analisado não foi tão vasto assim. Apesar de trazer um pequeno recorte da realidade, estudos como esse ajudam a compreender melhor o comportamento das pessoas na internet e, em última instância, como nos mostramos ao mundo.

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