Redação Publicado em 04/05/2021, às 16h00
Um novo estudo realizado pela Universidade de Helsinque (Finlândia) mostra que comportamentos agressivos de cães em relação a seres humanos estão associados a fatores como medo, idade, raça, convivência com outros animais da mesma espécie e a experiência anterior do proprietário.
A agressividade foi caracterizada no estudo pelo rosnado, latido e mordidas. Apesar desses gestos fazerem parte da comunicação canina natural e poderem acontecer em situações não agressivas, esse comportamento em excesso pode ser uma ameaça à saúde das pessoas e de outros animais.
Os achados do estudo são potenciais ferramentas para entender e prevenir comportamentos agressivos, assim como analisar em que tipo de circunstância ele ocorre e qual é o motivo para tal conduta.
O grupo de pesquisa genética canina da universidade analisou conexões entre o comportamento agressivo e vários fatores de risco com a ajuda de um conjunto de dados de mais de 9.000 cães.
Todos os animais participantes do estudo foram classificados como agressivos se rosnavam frequentemente e/ou tentavam morder alguém ocasionalmente nas situações descritas. De acordo com os pesquisadores, o medo dos cães apresentou uma forte ligação com a agressividade.
Além disso, cachorros mais velhos eram mais propensos a se comportar de forma agressiva quando comparados aos mais jovens. Uma das hipóteses que explica esse fato é a presença de dor causada por alguma doença ou o comprometimento dos sentidos, como ter dificuldade para enxergar ou escutar. Isso pode tornar mais difícil a percepção da aproximação de pessoas e, consequentemente, gerar uma resposta agressiva.
Foi notado também que os machos se revelaram mais agressivos do que as fêmeas - e a castração não teve efeito algum sobre a conduta.
Por fim, os resultados também mostraram que cachorros de pequeno porte são mais propensos a se comportar agressivamente do que cães de médio e grande porte. Porém, esse comportamento não é necessariamente considerado ameaçador como o de cachorros maiores.
Em relação aos seres humanos, o estudo revelou que os cães de “donos de primeira viagem” tinham mais chances de apresentar comportamentos agressivos em comparação a cachorros cujo proprietário já teve experiências anteriores com cães.
Também de acordo com os dados, cães que convivem ou passam tempo com outros animais da mesma espécie se comportam com menos agressividade do que aqueles que vivem sozinhos.
Para os pesquisadores, quem pensa em ter um bichinho de estimação deve se familiarizar com o passado e as necessidades da raça. Assim como os criadores, que também precisam prestar atenção na genética, já que tanto o medo quanto o comportamento agressivo são herdados.