Conheça cinco fatos sobre a doença de Parkinson

A condição afeta aproximadamente 1% da população mundial acima dos 65 anos

Milena Alvarez Publicado em 24/05/2021, às 20h35

Por ser uma doença progressiva, os sintomas tendem a piorar com o tempo - iStock

A doença de Parkinson é uma doença neurodegenerativa, que atinge a área do cérebro responsável pelo controle dos movimentos do corpo, provocando rigidez dos músculos e lentidão dos movimentos. 

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que 1% da população mundial acima dos 65 anos convive com a doença, e no Brasil são cerca de 200 mil pessoas. Apesar de a causa ainda ser desconhecida e a condição ser progressiva, isto é, os sintomas tendem a piorar com o passar do tempo, um tratamento multidiciplinar ajuda a retardar esse avanço e oferece ao parkinsoniano qualidade de vida por muito mais tempo

Para conhecer um pouco mais sobre a doença e suas características, reunimos cinco fatos importantes que vão desde sintomas até o tratamento. Confira: 

#1 Tremor não é o único sintoma 

O sintoma mais característico da doença de Parkinson é o tremor, que pode ocorrer nas mãos, braços, pernas, mandíbula ou cabeça. A grande maioria das pessoas associa esse sintoma ao pensar na doença, entretanto ele é apenas um dos indícios.

Confira, aqui, quais são os principais sintomas da doença de Parkinson

Um dos primeiros sinais são as quedas frequentes. Com a instabilidade postural e a lentidão dos movimentos provocadas pela neurodegeneração, há o aumento dos tropeços em um indivíduo com Parkinson. Além disso, acontece a perda da expressão facial e a rigidez muscular (a impressão de a musculatura estar sempre muito contraída). 

Em pessoas mais velhas, também pode aparecer a chamada lentidão cognitiva, na qual o indivíduo demora mais para pensar e, consequentemente, leva um tempo maior para iniciar uma ação. Na prática, o indivíduo se percebe mais lento, com dificuldades de levantar de uma cadeira, acaba arrastando os pés ao caminhar ou tem menos agilidade na hora de se vestir, por exemplo.     

#2 Nem todo mundo é idoso 

Em geral, o Parkinson afeta indivíduos mais velhos, a partir dos 60 anos. Mas, uma parcela de 15 a 20% de todos os portadores começam a apresentar os sintomas antes dos 40 anos. Nesses casos, a doença é classificada como Parkinson precoce. 

#3 O tratamento não é só medicamentoso

Apesar de a doença de Parkinson não ter cura, o tratamento é essencial e tem como objetivo controlar os sintomas, isto é, diminuir o prejuízo funcional provocado pela neurodegeneração. Assim, o portador tem maiores chances de viver uma vida mais independente e com qualidade por mais tempo. 

A melhor forma de tratamento da doença é feita através da combinação dos medicamentos com a reabilitação. No caso do tratamento medicamentoso, os remédios prescritos pelo médico atuam diretamente no cérebro para retardar os sintomas do Parkinson.

Porém, só ele não é o suficiente, porque nem todos os sintomas respondem bem aos medicamentos – a rigidez muscular, a lentidão dos movimentos e o tremor são os que melhor reagem a essa abordagem. 

Por essa e outras razões, é importante seguir um tratamento multidisciplinar, o que inclui a fisioterapia, exercícios de fonoaudiologia, acompanhamento nutricional e psicológico. Todas essas opções ajudarão, juntamente com os remédios, a reduzir o avanço dos sintomas.   

#4 A alimentação também é importante 

Como o Parkinson é uma doença que provoca a rigidez muscular e a lentidão dos movimentos, esses sintomas atingem todos os músculos do corpo, inclusive os responsáveis pela deglutição e pelo processo digestivo

Grande parte das pessoas que desenvolvem Parkinson apresenta dificuldade de engolir e mastigar devido ao enfraquecimento dos músculos da boca, língua e garganta. Com essa função comprometida, existe um aumento dos riscos de engasgos, principalmente com os líquidos, como a água.   

Outra queixa frequente está relacionada à função intestinal. Os movimentos peristálticos – realizados pelos músculos do tubo digestivo e responsáveis pela movimentação dos alimentos ao longo do sistema digestório – acabam ficando enrijecidos e provocam a constipação ou a “prisão de ventre”, como é popularmente conhecida.  

Assim, é importante contar com um acompanhamento nutricional. De acordo com o estágio da doença e as necessidades de cada um, a nutricionista altera a consistência dos alimentos (para evitar problemas com a deglutição) e indica uma dieta rica em fibras (para impedir a constipação), garantindo que o paciente tenha uma alimentação completa em valor nutricional e nutritiva. 

#5 A terapia deve fazer parte do tratamento

O tratamento do Parkinson é multidiciplinar, sendo assim, além da parte física, a questão emocional também precisa ser trabalhada. A depressão é um dos sintomas da doença e, muitas vezes, pode aparecer antes mesmo das alterações motoras.

O acompanhamento psicológico ajuda aquelas pessoas que convivem com o Parkinson a lidar melhor com as perdas e todos os sentimentos relacionados à doença, até mesmo a raiva e a rejeição. A terapia, junto com as outras opções de tratamento, ajuda o paciente na busca pela aceitação, a ficar mais disposto, animado e com mais vontade de viver.   

Vale lembrar que, além do paciente, a família também precisa ter esse apoio psicológico. É essencial que ela aprenda quais as limitações impostas pela doença e como encarar cada uma delas da melhor forma possível.   

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