Redação Publicado em 18/09/2021, às 14h00
Hoje o tema da série Dose de Responsabilidade é o aumento do consumo de álcool entre idosos no Brasil, que foi objeto de um estudo recente feito pelo departamento de psicobiologia da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Os pesquisadores analisaram o rápido envelhecimento da população brasileira, bem como o aumento de comportamentos prejudiciais nessa faixa de idade. O trabalho foi publicado em dois periódicos científicos: Substance Use and Misuse e British Medical Journal Open, mostrando que ele foi muito bem executado.
Para chegar às principais conclusões, os pesquisadores olharam para os dados do Estudo Longitudinal de Saúde dos Idosos Brasileiros, que é uma amostra de 5.500 brasileiros acima dos 60 anos. Além disso, para analisar os padrões de comportamentos relacionados às bebidas alcoólicas, os pesquisadores utilizaram informações de uma triagem inicial de um ensaio clínico realizado em sete Unidades Básicas de Saúde (UBS), com cerca de 500 participantes.
Confira:
Veja, abaixo, quais foram principais resultados do estudo:
1) 23,7% dos idosos, ou quase 1 em cada 4 brasileiros de 60 anos ou mais, consomem bebidas alcoólicas.
2) Do grupo acima, cerca de 7%, o que equivale a 2 milhões de brasileiros de 60 anos ou mais, contaram ter ingerido várias doses de álcool em uma única ocasião no último mês, o que configura o que a gente chama de Beber Pesado Episódico (BPE), um padrão que expõe as pessoas a mais situações de risco.
3) Quase 4% dos participantes, ou seja, mais de 1 milhão de pessoas, consumiram, em uma semana típica, quantidades de álcool que podem colocar sua saúde em risco.
4) O consumo foi mais alto nas regiões Sudeste quando comparado à população idosa do resto do país.
5) Os dados também revelam que os homens relatam consumir mais bebida alcoólica, tanto em quantidade, como nesse padrão de uso pesado episódico.
Segundo os autores, há uma alta proporção de idosos que consomem álcool em quantidades capazes de trazer danos à saúde, considerando que essa população já apresenta algum problema de saúde e faz uso diário de medicamentos.
Ou seja: uma porcentagem significativa da população de 60 anos ou mais talvez necessite de uma abordagem específica em relação ao seu padrão de consumo de álcool.
