A cafeína é considerada a droga mais popular e consumida no mundo e boa parte desta fama está no fato de a substância ser componente de diversos tipos de bebidas, como as energéticas, refrigerantes, chocolates, chá mate ou chá preto, além do próprio café.
Entretanto, segundo uma nota divulgada pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o consumo da cafeína por crianças e adolescentes não traz benefícios à saúde e, pelo contrário, pode até mesmo trazer certos riscos.
O documento intitulado “Cafeína: cuidado com as crianças” mostra que a ingestão dessa substância pelos jovens pode interferir no desenvolvimento neurocognitivo, influenciar no sistema cardiovascular e causar dependência.
A nota alerta ainda que as crianças e os adolescentes são mais propensos aos efeitos agudos da cafeína e apresentam um maior risco de intoxicação. Por não terem sido expostos cronicamente à substância, os jovens não têm tolerância farmacológica e, por essa razão, as doses de cafeína consideradas seguras para essa parcela da população são bem menores.
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), um adulto não deve consumir mais do que 400mg de cafeína diariamente (e 200mg por porção). Porém, especialistas do Departamento de Pediatria Ambulatorial da SBP comentam que não existe um consenso ou recomendação de caráter mundial que estabeleça quais os limites da ingestão da substância por parte de crianças e adolescentes.
Por esses motivos, a entidade acredita que é necessário alertar pais, cuidadores e responsáveis sobre os alimentos que carregam uma grande quantidade de cafeína, bem como sugerir opções mais saudáveis que possam ser oferecidas aos jovens.
Para saber um pouco mais sobre a cafeína, conheça alguns mitos e verdades sobre esse estimulante tão popular:
Verdade. Os efeitos da cafeína permanecem muito tempo depois de uma pessoa terminar uma xícara de café, podendo levar de cinco a seis horas para o corpo eliminar apenas metade da cafeína consumida. É por essa razão que tomar uma xícara de café à tarde é capaz de afetar o sono de uma pessoa. Além disso, em pessoas mais sensíveis à cafeína, os efeitos podem durar ainda mais tempo.
Confira:
Mito. Os idosos podem ser mais sensíveis à cafeína porque seus corpos levam mais tempo para processá-la.
Verdade. De acordo com o National Institute of Mental Health, quem sofre com transtornos de ansiedade deve evitar a cafeína, porque ela pode acabar agravando os sintomas, que incluem preocupação exagerada e tensão.
Mito. Ao contrário do que muitos pensam, a cafeína não ajuda ninguém que está embriagado a ficar sóbrio. Inclusive, essa é uma combinação bastante perigosa. Por um lado, a cafeína é um estimulante capaz de deixar o organismo em estado de alerta e fazer com que fiquemos menos cansados.
Em contrapartida, o álcool inicialmente é um estimulante, mas depois ele produz o efeito contrário da cafeína, deixando os indivíduos sonolentos e cansados. Assim, juntar esses dois pode gerar no cérebro uma falsa sensação de segurança, ou seja, as pessoas acreditam estar mais despertas e menos bêbadas. Mas não é isso o que acontece de fato.
Verdade. Mortes por overdose de cafeína são muito raras, mas podem acontecer e serem causadas por convulsões ou batimentos cardíacos irregulares. A quantidade de cafeína que poderia levar a uma overdose varia de acordo com o tamanho, idade e sexo, mas, em geral, doses maiores do que 10 gramas podem ser fatais em adultos. Para se ter uma ideia, uma xícara típica de café tem cerca de 115 mg de cafeína, então seria necessário beber mais de 85 xícaras em um único dia para atingir o consumo das 10 gramas.
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Milena Alvarez
Caiçara e jornalista de saúde há quatro anos. Tem interesse por assuntos relacionados a comportamento, saúde mental, saúde da mulher e maternidade. @milenaralvarez