Redação Publicado em 23/05/2022, às 14h00
Energéticos e bebidas esportivas são frequentemente consumidos por aí, inclusive por crianças e adolescentes. Mas será que o consumo é seguro para esse tipo de público? Podem existir consequências à saúde?
Essas perguntas foram respondidas em um novo documento científico divulgado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Inclusive, um projeto de lei (PL 455/15) está sendo discutido na Câmara dos Deputados e visa proibir a venda, a oferta e o consumo de bebidas energéticas para menores de 18 anos.
De acordo com os especialistas, os energéticos e isotônicos são produtos com diferentes funções e composições. As bebidas esportivas são saborizadas e contêm carboidratos, minerais e eletrólitos. São usadas para a reposição de nutrientes após atividades físicas moderadas a intensas.
Já as bebidas energéticas, além de carboidratos em quantidades variáveis, apresentam estimulantes como cafeína e guaraná, bem como ginseng, taurina, carnitina, creatina, glucoronolactona, proteínas, vitaminas, sódio e outros minerais.
A grande questão é que, em adultos, o consumo da cafeína está relacionado ao aumento do desempenho físico, da força e da resistência aeróbica. Porém, esses efeitos são variáveis e não há evidências de que eles ocorrem da mesma forma em crianças e adolescentes.
Segundo alguns estudos, entre outros impactos que a cafeína provoca no organismo estão taquicardia, aumento da pressão arterial, da diurese e da temperatura corporal, dor abdominal, insônia, alteração do humor e da atenção, ansiedade e risco de dependência física.
Confira:
Uma recente pesquisa estadunidense mostrou que 34% dos adultos jovens entre 18 e 24 anos e 31% dos adolescentes com idade entre 12 e 17 anos consomem energéticos que apresentam a cafeína como seu principal componente.
Para os especialistas, esse cenário é bastante preocupante, em especial o consumo frequente (e crescente) de bebidas alcoólicas, especialmente as destiladas misturadas com energéticos. Essa combinação é, em geral, usada para potencializar os efeitos do álcool, já que reduz seus resultados depressores pela ação estimulante da cafeína no córtex cerebral.
Dessa forma, a Academia Americana de Pediatria recomenda que os pediatras orientem crianças, adolescentes e responsáveis sobre a diferença entre bebidas esportivas e energéticos, sendo essa última, devido ao seu conteúdo estimulante, não recomendada para jovens.
Veja também: