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Ter conta conjunta faz bem para o casamento, diz estudo

Casais que gerenciavam o dinheiro juntos tinham mais comunhão em outros aspectos do relacionamento também - iStock
Casais que gerenciavam o dinheiro juntos tinham mais comunhão em outros aspectos do relacionamento também - iStock

Casais que administram as finanças juntos, o que inclui ter contas bancárias conjuntas,  podem durar mais, de acordo com um estudo feito na Universidade de Indiana, nos EUA.

O trabalho envolveu 230 casais que estavam noivos ou recém-casados na época da seleção, e que foram acompanhados ao longo de dois anos. A idade média dos participantes era de 28 anos. Três quartos do total eram brancos e 12% eram negros. A renda domiciliar média era de 50 mil dólares por ano e 36% deles tinham diploma universitário. Além disso, 10% dos casais tinham filhos.

Contas separadas x conjuntas

Todos iniciaram o estudo com contas bancárias separadas, mas consentiram em mudar de status se fosse preciso. Alguns casais, então, foram selecionados aleatoriamente para manter as contas separadas, enquanto outros foram orientados a abir uma conta conjunta. Um terceiro grupo foi autorizado a tomar a decisão por conta própria.

Os casais foram entrevistados e avaliados em ocasiões diferentes no período. Os casais que foram instruídos a abrir contas conjuntas apresentaram níveis mais altos de qualidade no relacionamento ao longo do estudo, em comparação com os que mantiveram as finanças separadas.

"Estamos nisso juntos"

Segundo os pesquisadores, aqueles que tinham contas conjuntas relataram maiores níveis de comunhão e transparência também em outros aspectos do relacionamento. “Eles diziam frequentemente – estamos nisso juntos”, conta a professora Jenny Olson, que participou do estudo.

Olson acrescenta que os casais que mantêm suas contas separadas encaram as decisões financeiras mais como uma troca, algo na linha do “toma lá, dá cá”. Além disso, esses casais sentem que é mais fácil terminar o relacionamento, uma vez que o dinheiro já está separado.

Ao todo, 20% dos casais não completaram o estudo, na maioria dos casos devido a separações de participantes que tinham contas separadas. 

Os resultados, divulgados no Journal of Consumer Research, podem ser encarados como um conselho para quem quer começar um casamento com o pé direito, como conclui a pesquisadora:

Esta é a melhor evidência que temos atualmente para uma questão que molda o futuro dos casais; e o fato de observarmos essas mudanças significativas ao longo de dois anos é um testemunho bastante poderoso dos benefícios de unir [as finanças]”.

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Tatiana Pronin

Tatiana Pronin

Jornalista e editora do site Doutor Jairo, cobre ciência e saúde há mais de 20 anos, com forte interesse em saúde mental e ciências do comportamento. Vive em NY. Twitter: @tatianapronin