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Covid-19 ajudou a conter sífilis e gonorreia? Segundo um estudo, não dá para ter essa ilusão

Imagem Covid-19 ajudou a conter sífilis e gonorreia? Segundo um estudo, não dá para ter essa ilusão

Da Redação Publicado em 02/11/2020, às 17h09 - Atualizado às 17h43

O isolamento social por causa da Covid-19 certamente atrapalhou a vida sexual de muita gente. Mas será que as restrições serviram pelo menos para conter as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs)?  Segundo um levantamento feito na Itália, no auge da pandemia, não dá para ter essa ilusão.

Pesquisadores da Policlínica de Milão compilaram os diagnósticos de diferentes ISTs, como gonorreia e sífilis, nos dois principais centros de atendimento da região entre março e abril deste ano, e compararam os dados com os do mesmo período do ano passado. Eles ficaram surpresos com os resultados.

Crédito: Pixabay

Sífilis e gonorreia

A análise mostra que, apesar de o número de atendimentos ter sido mais baixo (147, em 2020, contra 233, em 2019),  o número de infecções por sífilis e gonorreia aumentou, principalmente entre homens que fazem sexo com homens. Houve menos diagnósticos apenas para infecções não agudas, como as verrugas genitais.

De acordo com o principal autor do estudo, apresentado em uma conferência virtual sobre doenças venéreas, é possível que adultos mais jovens tenham negligenciado as recomendações de isolamento por julgar que a Covid-19 era perigosa só para os mais velhos.

Apesar de limitado a apenas uma região da Europa, o estudo mostra que centros de saúde sexual não devem interromper seus serviços nem em situações extraordinárias, como foi o “lockdown”, como ressaltaram os pesquisadores no evento anual da Academia Europeia de Dermato-Venereologia.

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Transmissão sem sintomas

Importante lembrar que a gonorreia muitas vezes é assintomática nas mulheres. Quando a infecção se manifesta, os sintomas, em ambos os sexos, podem incluir corrimento, dor ao urinar e ao ter relações sexuais. Eles costumam surgir até dez dias após o contato desprotegido.

Já os primeiros sinais de sífilis podem aparecer só depois de várias semanas. Os sintomas mais comuns, na primeira fase da infecção, costumam ser pequenas feridas na região genital, que não causam dor nem coceira, e desaparecem espontaneamente após alguns dias.

Por tudo isso, muita gente transmite esses micro-organismos sem saber que está infectada. Só mais tarde é que as complicações da sífilis e a gonorreia aparecem, e elas podem ser muito graves.

Essas duas ISTs têm explodido nos últimos anos em várias partes do mundo, inclusive no Brasil. Por isso, é preciso usar sempre camisinha. E quem faz sexo sem proteção (inclusive sexo oral) precisa se testar com frequência.

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