Redação Publicado em 16/12/2020, às 20h38
Um quinto das pessoas diagnosticadas com o novo coronavírus ainda apresentam sintomas cinco semanas após a infecção. E metade desses indivíduos permanece com eles por pelo menos 12 semanas. Os dados, preocupantes, são do Escritório para Estatísticas Nacionais do Reino Unido, e foram divulgados no jornal britânico The Guardian.
Estimativas anteriores indicavam que 14,5% dos infectados, no país, tinham a Covid-19 de longa duração. Mas a nova estatística oficial mostra que sintomas duradouros são mais frequentes do que se pensava: 21% dos quase 8.200 pacientes acompanhados após teste positivo se enquadram na situação.
Cerca de 11,5% dos participantes relataram fadiga cinco semanas após a infecção, sendo que 11,4% tiveram tosse e 10,1%, dores de cabeça. Febre, dores musculares, diarreia e perda do paladar e do olfato estavam entre uma longa lista de outros sintomas douradouros.
O estudo também revela que indivíduos internados por causa da Covid-19 têm um risco maior de doenças, incluindo eventos cardiovasculares - como derrame ou ataque cardíaco, diabetes, doenças renais e hepáticas, do que controles com dados demográficos semelhantes e condições pré-existentes.
Os dados indicam que apenas um número relativamente pequeno de pessoas apresentam sintomas por mais de 12 semanas. Mas os especialistas esclarecem que ainda não há dados suficientes para identificar o quão comum isso pode ser. Há depoimentos de pacientes que têm queixas mais de oito meses depois do teste positivo.
Ao se extrapolar a proporção para o total de casos no mundo, é possível estimar que há de 5 a 10 milhões de pessoas com uma condição duradoura para a qual não existe explicação nem tratamento.
Só com mais estudos será possível entender o que faz algumas pessoas terem sintomas mais graves, e outras, permanecerem com eles várias semanas após a infecção. Enquanto há tantas perguntas sem resposta, a única atitude sensata é seguir com todos os cuidados de prevenção.
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