Nas últimas semanas, novas cepas foram detectadas na África do Sul, no Reino Unido e inclusive no Brasil
Redação Publicado em 12/01/2021, às 14h08
Nas últimas semanas, novas variantes do vírus Sars-CoV-2, que causa a Covid-19, foram detectadas na África do Sul, no Reino Unido e inclusive no Brasil. O fenômeno já era esperado, e ainda não é possível dizer que elas trarão consequências mais graves à saúde. Mas a evolução da pandemia deixa uma mensagem clara para todos: não dá para se descuidar.
No último domingo (10), o Ministério da Saúde do Japão divulgou a descoberta de uma variante nova do coronavírus em viajantes que estiveram no Brasil, no Estado do Amazonas, recentemente. Segundo o Instituto Nacional de Doenças Infecciosas do Japão (NIID, na sigla em inglês), a cepa é diferente das que foram encontradas no Reino Unido e na África do Sul.
Dos quatro viajantes que estiveram no Brasil e foram identificados com a variante, um homem teve problemas para respirar, uma mulher teve dores de cabeça e de garganta, um adolescente teve febre e outro jovem ficou assintomático, de acordo com reportagem da Agência Brasil. Além do próprio centro japonês, o Instituto Evandro Chagas também irá conduzir estudos sobre a nova variante, para descobrir, por exemplo, se ela é mais contagiosa que as demais.
Já se sabe que a versão encontrada no Reino Unido, conhecida como linhagem B.1.1.7, é até 70% mais infecciosa do que a anterior, segundo pesquisadores do Imperial College London. E a variante sul-africana, chamada de linhagem B.1.351 ou 501.V2, tem mutações em comum com a do Reino Unido, conforme explica o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) norte-americano. Vale mencionar que uma dessas mutações, denominada E484K, já foi detectada em uma paciente reinfectada com Covid na Bahia.
Toda vez que um vírus se espalha e se replica, ou seja, faz novas cópias de si mesmo, é possível ocorrerem pequenas mudanças aleatórias, chamadas de mutações. Isso é absolutamente normal e esperado.
Até agora, não há indícios de que as novas versões do vírus sejam capazes de provocar formas mais graves da doença, ou mais mortes. Também é preciso mais estudos para confirmar se as vacinas em uso ou em processo de aprovação terão efeito sobre todas essas variantes.
Investigações preliminares indicam que as variantes encontradas no Reino Unido e da África do Sul não devem afetar a eficácia das vacinas disponíveis, conforme relatado num artigo da Nature. Já a variante encontrada no Amazonas ainda vai ser submetida a esse tipo de análise.
A dinâmica da pandemia deixa claro que não dá para se descuidar da Covid-19. Mesmo num ambiente hipotético sem variantes do vírus, a vacinação levaria tempo para produzir um nível de proteção suficiente para tirar a doença da nossa lista de preocupações. Com todas as mutações já identificadas e outras tantas ainda por vir, esse cenário torna-se ainda mais distante.
Ainda que todo mundo esteja cansado das medidas de proteção, é preciso seguir com todos os cuidados que você já ouviu falar. Não custa lembrar, aqui, quais são eles:
- Use a máscara de proteção ao sair, e também ao receber visita em casa ou sempre que houver algum integrante da família com sintomas suspeitos;
- Mantenha as regras de distanciamento social (pelo menos 2 metros de distância física de outras pessoas);
- Evite lugares públicos lotados, principalmente se forem fechados;
- Higienize as mãos com frequência;
- Evite tocar olhos, nariz e boca, ainda mais se não estiver com as mãos limpas;
- Ao tossir ou espirrar, cubra a boca e o nariz com o antebraço;
- Desinfete com frequência as superfícies e objetos que são tocados sempre, como maçanetas e celulares;
- Não vá ao trabalho, à escola ou a qualquer outro ambiente fechado se estiver com algum sintoma;
- Não compartilhe copos ou talheres;
- Quando tiver a oportunidade de tomar a vacina, não adie!
Lembre-se que todas essas medidas não servem para proteger apenas a sua saúde, mas também a dos outros.
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